PERFIL DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM UM MUNICÍPIO MINEIRO

Daniela de Souza Ferreira, Thaís dos Anjos Santos Oliveira, Glória Alves Lúcia Figueiredo

Resumo


Introdução: Violência contra a mulher é o ato ou ação que causa lesão física, psicológica, simbólica ou sexual, atingindo sua integridade. No ato o corpo ferido poderá revelar a violência, mas depois outros efeitos serão desencadeados. Em 2003, como resposta da sociedade tornou-se compulsória a notificação de casos de violência contra mulheres atendidas nos serviços públicos de saúde ou privados. A ficha de notificação é preenchida pelos profissionais da área da saúde, mediante caso suspeito ou confirmado. Amparada pela lei, a mulher deveria ser orientada a procurar apoio e assegurar seus direitos. Objetivo: O presente estudo objetivou caracterizar a ocorrência da violência contra a mulher em um município mineiro de aproximadamente 88.648 habitantes (IBGE, 2015). Método: A amostra foi composta por 312 fichas de notificação de violência registradas no banco de dados da Vigilância Epidemiológica Municipal, no período de agosto de 2011 a junho de 2014. Trata-se de um estudo descritivo de natureza exploratória, com abordagem quantitativa. Os dados foram analisados utilizando números exatos e porcentagens. Resultados: Os resultados permitiram identificar que a faixa etária esteve entre 0 a 80 anos de idade, sendo mais frequente com 20 a 30 (30,45%). A maior parte das vítimas, 150 (48,08%) foi de cor branca, 102 (32,69%) solteiras e 127 (24,36%) com ensino fundamental incompleto. Evidenciou-se que 196 (51,31%) dos casos foram vítimas de violência física, predominando sobre as outras formas de violência. Quanto ao tipo de agressão, 175 (45,45%) dos casos foi por meio da força corporal, sendo 87 (27,44%) a mulher reconhecida como a principal agressora, superando 63 (19,87%) dos casos em que o cônjuge apareceu em segundo lugar na autoria das agressões. Quanto ao local da violência identificou-se a própria residência 242 (77,56%) com o maior número de ocorrências. Considerações finais: Conclui-se que a violência física no espaço doméstico contra a mulher continua sendo o problema mais frequente. Contudo, casos de violência continuam sendo um problema social e de atenção à saúde, visto que poderão desencadear outros transtornos. A caracterização da violência permite conhecer o contexto em que ela ocorre, fornecendo elementos importantes que poderão embasar a elaboração de medidas preventivas e assistenciais na atenção a saúde da mulher, tal qual o estímulo à cultura de paz descrita na Política Nacional de Promoção da Saúde. Nesse sentido, ações promotoras de saúde serão capazes de impactar positivamente na redução dos casos de violência contra a mulher no município de estudo.
Palavra-chave: Promoção da Saúde; Mulheres Agredidas; Violência Contra a Mulher; Violência.

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