A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO MONITORAMENTO E CONTROLE DAS AÇÕES DE SAÚDE NO SUS

Camila Dubow, Ariane dos Santos Hoppe, Maria Carolina Magedanz, Amanda Corrêa dos Santos, Aline Fernanda Fischborn, Leni Dias Weigelt, Luciane Maria Schmidt Alves, Maristela Soares de Rezende, Suzane Beatriz Frantz Krug

Resumo


Introdução: O exercício da participação social no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de ações dos grupos sociais na formulação, execução, fiscalização e avaliação das políticas públicas, constitui-se um meio de promover a equidade e de transformar a atenção à saúde. O mapeamento das práticas democráticas participativas em saúde nos territórios possibilita conhecer a realidade de monitoramento e controle das políticas públicas em saúde, de forma a contribuir para o fortalecimento do SUS. Objetivo: Investigar elementos que compõem o cenário das práticas democráticas participativas relativas ao monitoramento e controle das políticas públicas de saúde e suas implicações para o SUS. Método: Estudo do tipo quantitativo, exploratório-descritivo, com dados parciais da pesquisa “Práticas democráticas participativas na implementação e monitoramento das políticas públicas de saúde em municípios do sul do Brasil” desenvolvida pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde (GEPS) da Universidade de Santa Cruz do Sul, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC sob o protocolo 1.171.773/15. Foram aplicados 44 questionários com profissionais de saúde, usuários e prestadores de serviços de saúde, integrantes e não integrantes de Conselhos Municipais de Saúde (CMS) de seis municípios da 28ª Região de Saúde – RS. Os dados foram organizados por meio do software SPSS 20.0 e a análise de dados deu-se por estratificação numérica relativa. Resultados: O perfil da amostra estudada aponta uma população, majoritariamente, do sexo feminino (70,5%), com idade entre 31 e 40 anos (31,8%) e são casada (63,6%). A variável escolaridade mostra sujeitos com ensino superior completo (31,8%), principalmente em cursos da área da saúde, seguido por pós-graduados (29,6%) e com ensino médio completo (13,6%). A maioria dos sujeitos não integrava o conselho de saúde do seu município (59%), destes, 20,4% eram usuários de serviços de saúde, 20,4% profissionais de saúde, 18,2% prestadores de serviços de saúde e 2,3% representantes do órgão estadual de saúde. Os sujeitos integrantes de CMS (41%) eram divididos em profissionais de saúde (15,9%), usuários (11,4%) e prestadores de serviços de saúde (11,4%). Os resultados revelam que todos integrantes da pesquisa julgam importante a participação da comunidade no monitoramento e controle das ações de saúde/SUS de seu município. Destes, 86,4% referem que o acompanhamento das ações de saúde/SUS traz resultados para a comunidade, tais como: agilizar e tornar viável/efetivo os processos, e evitar custos. Entretanto, esse monitoramento é realizado por 65,9% dos sujeitos, principalmente através de participação em reuniões (da comunidade, de associação de bairro, de conselho municipal de saúde), Conferências de Saúde e acompanhamento de relatórios de gestão. Dos pesquisados, 52,3% identificam fatores que dificultam a sua participação no monitoramento e controle das ações de saúde, como a falta de conhecimento acerca das ações de saúde e de movimentos sociais, a indisponibilidade de horários e a carência de divulgação de informações relativas ao assunto. Considerações finais: A partir dos resultados, percebe-se que mais da metade da amostra não integra conselhos de saúde, porém, mencionam que ocorre a participação no monitoramento e controle das ações de saúde e que esta traz importantes resultados para a comunidade, ainda que existam fatores que dificultam essa participação.
Palavras-chaves: Avaliação em Saúde; Participação Social; Políticas Públicas; Sistema Único de Saúde.

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