COMPORTAMENTO DA CAPACIDADE INSPIRATÓRIA EM PORTADORES DE DPOC SUBMETIDOS A EXERCÍCIO COM CICLOERGÔMETRO DE MEMBROS SUPERIORES

Fernanda Bender, Marciele Silveira Hopp, Ricardo Gass, Marli Knorst, Danilo Cortozi Berton, Dannuey Machado Cardoso, Dulciane Nunes Paiva

Resumo


Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) se caracteriza por limitação progressiva ao fluxo aéreo de acometimento pulmonar e sistêmico, apresentando diversos efeitos extrapulmonares como fraqueza muscular respiratória e periférica, desnutrição, perda de densidade óssea e da capacidade de exercício. A diminuição das propriedades elásticas pulmonares bem como a ocorrência de limitação expiratória progressiva pode ocasionar redução da capacidade inspiratória (CI) e consequente limitação ao exercício dessa população. Os músculos dos membros superiores (MMSS) agem como músculos acessórios durante a respiração, tornando-se importante o seu treinamento através da realização de exercícios resistidos visando diminuir a fadiga e melhorar a performance das atividades de vida diária (AVDs). Diante disso, o cicloergômetro de MMSS surgiu para restaurar a amplitude do movimento e aumentar a resistência muscular e respiratória em programas de reabilitação. Objetivo: Avaliar a CI de portadores de DPOC estáveis submetidos a exercício máximo com cicloergômetro de membros superiores. Método: Estudo retrospectivo e quantitativo que avaliou portadores de DPOC com estadiamento de moderado a muito grave admitidos no ambulatório de DPOC do Hospital das Clínicas em Porto Alegre – RS, com faixa etária entre 54 e 75 anos, de ambos os sexos e sem participação prévia em programa de reabilitação pulmonar. Os dados clínicos e antropométricos da amostra foram coletados a partir do prontuário eletrônico. Os resultados dos exames de função pulmonar em repouso, incluindo a espirometria e a avaliação dos volumes pulmonares através de pletismografia de corpo inteiro foram coletadas das avaliações já realizadas. Realizado Teste de Exercício Cardiopulmonar (TECP) incremental máximo através do cicloergômetro de MMSS sendo a CI mensurada através de uma inspiração profunda seguida de expiração relaxada e a percepção de dispneia e de desconforto nos MMSS através da Escala de Borg modificada, antes e após o TECP. Dados expressos em média e desvio padrão. Utilizado o Teste t Student para avaliar a CI antes e após o exercício com cicloergômetro e o Correlação de Spearman para associação entre CI e a intensidade da dispneia (p<0,05). Resultados: Amostra composta por 7 portadores de DPOC, com idade de 65,0 ± 7,1 anos e índice de massa corporal (IMC) de 27,1 ± 6,7 Kg/m2 que apresentou diminuição significativa da CI entre a condição pré e pós exercício com cicloergômetro de MMSS (p=0,035). Não foi evidenciada associação entre a CI e a intensidade da dispneia pós cicloergômetro. Houve aumento significativo da intensidade da dispneia (p = 0,018) e esforço (p = 0,016) entre os momentos de pré e pós exercício, assim como redução da SpO2 (p=0,045). Considerações finais: Na amostra avaliada, o exercício com cicloergômetro de membros superiores ocasionou diminuição da capacidade inspiratória e aumento da intensidade da dispneia e do esforço percebido.
Palavras-chave: DPOC; Capacidade Inspiratória; Espirometria; Exercício Físico.

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