Introdução: A hepatite B continua a ser um importante problema de saúde pública mundial. Suas principais complicações são a cirrose e câncer hepáticos, podendo também ocorrer hepatite aguda, infecção crônica inaparente (estado de portador) e hepatite crônica. O risco de transmissão do vírus da hepatite B (VHB) aos profissionais da área de saúde é cerca de três a cinco vezes maior que na comunidade, tornando-se um grupo com elevado risco de exposição ao VHB e sendo imprescindível a vacinação como forma de prevenir possível contaminação. A vacina recombinante contra a Hepatite B é altamente imunogênica e protetora. Uma resposta protetora é considerada eficaz quando a vacina induz a formação de anticorpos contra o HBsAg (Anti-HBs) em níveis ≥10 mUl/ml em ensaio imunoenzimático. A imunização da vacina contra hepatite B, com uma série completa de três ou quatro doses, tem induzido uma resposta protetora em mais de 90% dos adultos e em mais de 95% das crianças e adolescentes saudáveis. A eficácia da vacina decresce gradativamente após os 40 anos de idade. Além disso, a obesidade, o estresse, o tabagismo e o etilismo também são fatores associados a uma menor eficácia vacinal. A vacina contra a hepatite B faz parte do calendário de vacinação da criança, do adolescente e do adulto e está disponível nas salas de vacina do Sistema Único de Saúde (SUS), e é comporta por três doses, administradas ao zero, um e seis meses depois da primeira dose. Objetivo: Avaliar a imunidade da vacina contra a hepatite B nos estudantes dos cursos de Medicina e Estética e Cosmetologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Método: Realizou-se um estudo transversal e observacional, onde foram incluídos dados e amostras de soro de 44 e 22 alunos dos cursos de Medicina e Estética e Cosmetologia da UNISC, respectivamente. Os dados e as amostras de sangue dos indivíduos foram adquiridos no Sistema Integrado de Saúde (SIS) da UNISC e as técnicas sorológicas ocorreram no Laboratório de Bioquímica Clínica (Prédio 20) da UNISC. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul, RS, sob processo nº 262.151. A pesquisa de anticorpos Anti-HBs foi realizada através de kit comercial Enzygnost Anti-HBs II (dade Behring) conforme instruções do fabricante. A reação foi analisada no leitor de placa Elx 800 da BioTek®. Foi considerado reagente quando o Anti-HBs foi superior ou igual 10 mUl/mL. Os dados foram expressos de forma analítico-descritiva. Foi realizada a análise estatística utilizando o programa SPSS 20.0 relacionando a frequência de
amostras Anti-HBs positivas e análise da dosagem da vacina com a imunidade. Resultados: Dos 66 estudantes que realizaram a vacina para Hepatite B, 50 (75,8%) foram reagentes para o marcador Anti-HBs, ou seja, apresentaram imunidade para o HBV. Desses 50 estudantes, 6% receberam uma dose de vacina, 16% receberam duas doses, 70% receberam três doses e 6% receberam as três doses mais o reforço. 41 estudantes receberam as três doses da vacina e apresentaram 85,4% de imunidade contra o HBV. Considerações finais: A prevalência dos estudantes imunizados que completaram as 3 doses da vacina contra hepatite B teve uma frequência elevada, mas inferior a 90% que é o determinado pelo Ministério da Saúde. Não foram imunizados 14,6% dos estudantes que realizaram as 3 doses da vacina, isso poderia ser devido ao modo de conservação da vacina, local da aplicação, sexo, idade, fumo, doenças autoimunes, peso maior que 70Kg, fatores genéticos e condição nutricional e imunológica. Como os profissionais de saúde estão expostos a um risco maior de adquirir a infecção pelo VHB que a população geral, deve-se instituir e manter programas de imunização, a fim de abranger um maior número de profissionais imunizados e assim, reduzir substancialmente o suscetíveis a contaminação.
Palavras-Chave: Hepatite B; Vacina; Imunização; Estudantes da área da Saúde.