IMPORTÂNCIA DE AÇÕES INTERSETORIAIS NO ENFRENTAMENTO DA TUBERCULOSE

Ana Zoé Shilling, Bruno Puton, Felipe Barbosa Busnello, Jackson Caldas, Julia Roos, Luciana Alcântra, Natália Morais, Raquel E. Lopes, Rita Lidiane Rosa, Suzane Beatriz Frantz Krug, Vanda Hermes

Resumo


A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa, transmitida pelas vias respiratórias no momento da fala, tosse ou espirro. Essa doença tem cura por tratamento medicamentoso, muito embora represente um sério problema para a saúde pública no Brasil. O Ministério da Saúde (2016) evidencia o Brasil no 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de TB no mundo. No Brasil são notificados aproximadamente 70 mil novos casos por ano, que levam 4,6 mil portadores ao óbito. Segundo Rodrigues e Castro, (2016) o Rio Grande do Sul ocupa o 7º lugar em coeficiente de incidência, tendo 15 municípios prioritários para o enfrentamento da TB, dentre eles Santa Cruz do Sul. Faz-se necessária a atenção integral, integração e comunicação efetiva entre os serviços de saúde visando a prevenção, a detecção e o tratamento adequado. Objetivo: evidenciar a importância de ações intersetoriais e da participação da sociedade no enfrentamento da TB no município de Santa Cruz do Sul. Método: relato de experiência de integrantes do Programa de Educação para o Trabalho – PET GraduaSUS em um enfoque multidisciplinar. O assunto foi discutido em forma de roda de conversa com representantes da 13º Coordenadoria Regional de Saúde, Laboratório Central do Estado (LACEN Regional), instituição de ensino, Ambulatório de Tuberculose, Saúde prisional, Hospitais do município, Redutores de Danos, CAPS AD - Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas, CMS - Conselho Municipal de Saúde, CEMAS- Centro Municipal a Sorologia, Programa Municipal da Tuberculose, Hepatites Virais e PET- GRADUASUS - Vigilância Epidemiológica. Resultados: em discussão foi verificada a carência de capacitações para os profissionais da saúde em relação a percepção de sinais e sintomas, postergando o diagnóstico precoce por não ser solicitado o exame de escarro de BAAR e de cultura. Nesse mesmo viés, questiona-se se se os serviços de assistência privada à saúde estão eles capacitados para detectar e encaminhar casos de TB para a rede pública, e, além disso, para onde encaminhar, visto que o paciente por muitas vezes permanece desorientado (“pipocando”) por certo período até o local de referência. Moradores de rua representam outra inquietação, visto que faltam locais apropriados para o tratamento, para os quais são disponibilizados leitos em albergues e por vezes no CAPS AD para permanecerem pelo período de 20 dias, se comprovado o diagnóstico. Isso implica na diminuição de espaço físico para demais usuários. Além disso, cabe mencionar que há uma grande resistência destes em sair da rua, pois o preconceito, oriundo deles mesmos, é uma das barreiras ao acesso à saúde. Em relação ao abandono do tratamento, discutiu-se a relação da ausência de sintomas clínicos que é interpretada pelos portadores de TB como “cura”, dando espaço à possibilidade de resistência bacilífera ao tratamento. Considerações finais: a responsabilidade do diagnóstico precoce e do tratamento correto e completo até a cura deve ser compartilhada entre o paciente e seus familiares, serviços de saúde (público e privado) e a comunidade. Portanto, faz-se necessária a atenção integral e a comunicação entre os setores, visando fortalecer o sistema de referência e contra referência para o atendimento e acompanhamento da TB. Sugere-se a necessidade de um local exclusivo para portadores desprovidos de lar, bem como de estabelecer uma educação permanente para os trabalhadores com capacitações mais frequentes para toda a equipe profissional.

Palavras-chave: Vigilância; Tuberculose; Portadores de Tuberculose; Tratamento

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