Introdução: A Tuberculose (TB) continua sendo uma doença de grande importância na saúde pública mundial devido à sua magnitude, transcendência e vulnerabilidade (BRASIL, 2011). Conforme o Boletim Epidemiológico (Nº 13) sobre Tuberculose publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde no Brasil foram diagnosticados e registrados 63.189 casos novos no país em 2015. Assim, o objetivo deste trabalho é descrever a situação epidemiológica da TB pulmonar nas Regiões de Saúde 01 Verdes Campos e 02 Entre Rios sob coordenação da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ªCRS) do Rio Grande do Sul (RS), visando contribuir com a análise da situação de saúde local e subsidiar ações das políticas públicas de saúde. Vale ressaltar que o RS possui 15 municípios prioritários para o enfrentamento da TB, nos quais a carga da doença em termos de taxa de incidência é maior, sendo um deles o município de Santa Maria, que é o município sede da 4ªCRS. Método: Foram utilizados indicadores de taxa de incidência de TB pulmonar com confirmação laboratorial e proporção de cura de casos novos. Na obtenção dos dados para os cálculos, foram realizadas pesquisas de dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) quanto à morbidade, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dados de projeção intercensitária de 2012 (faixa etária e sexo), e em relação ao percentual de cura de casos novos, dados dos indicadores pactuados no SISPACTO 2013 a 2015, ambos no Tabnet do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Resultados: A taxa de incidência de TB pulmonar com confirmação laboratorial na Região de Saúde 01 no ano de 2015 foi de 24,7 (n.50) e 11,1 (n.24) para cada grupo de 100.000 habitantes do sexo masculino e feminino, respectivamente. Em comparação, no mesmo período, a Região de Saúde 02 - apresentou a taxa de 9,8 (n.6) e 9,6 (n.6) para cada grupo de 100.000 habitantes do sexo masculino e feminino, respectivamente. A 4ªCRS, a qual compreende estas duas Regiões de Saúde, apresentou uma taxa de 21,3 (n.56) e 10,7 (n.30) para cada grupo de 100.000 habitantes do sexo masculino e feminino, respectivamente. Observa-se que os homens concentram mais da metade do número de casos notificados na Região 01, e homens e mulheres se igualam em número de casos na Região 02. Quanto à faixa etária, na Região 01, a doença é mais frequente nos homens entre 60 a 79 anos, e nas mulheres entre 15 a 19 anos. Na Região 02, a doença é mais frequente em homens e mulheres de 60 a 79 anos. Ressalta-se que os dados correspondem ao que foi notificado no SINAN, podendo não refletir a situação real. Quanto ao encerramento de casos novos de TB pulmonar por cura, na série histórica de 2011 a 2014, a Região 01 apresentou discreto aumento de 2011 a 2012, e em 2013 e 2014 apresentou queda acentuada. A Região 02, com proporções de casos novos curados melhores que a Região 01, obteve queda gradativa de 2011 a 2014. Ambas as Regiões apresentaram proporções abaixo das recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que são de aproximadamente 85% de cura de casos novos. Considerações finais: Através do levantamento apresentado, pode-se inferir que são necessárias intensificações nas ações de prevenção, tratamento e controle da TB pulmonar nas duas Regiões de Saúde pertencentes a 4ªCRS.

Palavras-chave: Tuberculose Pulmonar; Epidemiologia; Saúde Pública; Vigilância em Saúde.