PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ATIVIDADE FÍSICA EM ESCOLARES DO SUL DO BRASIL: análise da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar/PeNSE, 2012

Priscila Tatiana da Silva, Cláudia Daniela Barbian, Letícia Borfe, Carlos Ferreira Hoehr, Miria Suzana Burgos

Resumo


Introdução: A insuficiência da prática de atividades físicas, bem como a prevalência de comportamentos sedentários, estão presentes, mundialmente, em níveis consideravelmente altos entre adolescentes e têm aumentado com a idade. Essa tendência de diminuição da prática de atividade física através de comportamentos passivos no tempo livre tem sido considerada uma questão preocupante de saúde. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da prática de atividade física dos escolares do sul do Brasil. Método: Trata-se de um estudo ecológico transversal realizado a partir da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), compreendendo uma amostra de 8.731 alunos na faixa etária de 13 a 15 anos de idade, de 3 regiões do sul do país, representada pelas capitais: Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba. Para a composição da avaliação do perfil epidemiológico de atividade física dos escolares do sul do Brasil, a pesquisa utilizou um questionário de indicadores sociodemográficos (sexo, idade e tipo de escola) e de atividade física (os escolares foram classificados em ativos, insuficientemente ativos e inativos). Para análise dos resultados, os dados foram agrupados abrangendo as categorias de atividade física acumulada e globalmente estimada. A análise final dos dados foi descrita em percentuais e frequências. Resultados: Em relação ao tempo de prática de atividade física, o estudo mostrou que a proporção de alunos adolescentes ativos no sul do país foi de 36,3%, sendo que meninos foram mais ativos (47,4%) que meninas (25%), bem com escolares da rede privada de ensino demonstraram possuir maior tempo acumulado em atividades físicas em comparação aos escolares da rede da pública. Em relação às variáveis oferta e frequência de aulas semanais de Educação Física, o percentual de escolares que tiveram dois ou mais dias de aulas de Educação Física na escola, foi de 53,3% na rede privada e de 71,8% na rede pública. Quanto ao sexo dos escolares, não houve diferenças relevantes, tendo os meninos apresentado 70,6% e as meninas 68,9% na região sul do país. No que diz respeito à frequência as aulas, apenas 40,6% dos adolescentes relataram terem aulas dois dias na semana nos últimos sete dias, e 21,9% informou ter tido 1 dia na semana. Em relação à proporção de estudantes que relataram passar duas ou mais horas assistindo televisão, o percentual foi de 78,3%, com maior predomínio do sexo feminino (80,3%) em comparação ao sexo masculino (76,2%). Além disso, escolares da rede pública informaram dispender mais tempo nessa atividade (78,6%) que escolares da rede privada (70,5%). Considerações finais: O presente estudo identificou que os resultados da PeNSE/2012 trazem contribuições importantes para delinear o perfil epidemiológico de atividade física e saúde dos escolares do sul do Brasil. Em termos de rastreio e monitoramento identificou-se que é alta a proporção de estudantes insuficientemente ativos, sendo que escolares do sexo feminino tendem a ser mais inativos e dispensar maior tempo em atividades sedentárias como assistir televisão. Diante desse contexto, é preciso assegurar que as intervenções de promoção da saúde no espaço escolar sejam prioridades, principalmente por ser conhecido que os hábitos e comportamentos adotados durante a adolescência tendem a permanecer na vida adulta, podendo ocasionar o desenvolvimento de doenças crônica e complicações de saúde.

Palavras-chave: Atividade Física; Adolescente; Saúde Escolar; Estilo de Vida Sedentário.

 


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