PSICOSSOMÁTICA: AS QUEIXAS DA ALMA MANIFESTADAS NO CORPO

Iva Selmira Viebrantz, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


O presente trabalho trata-se de um estudo de caso como um dos resultados do estágio curricular da autora, realizado em um hospital da região e que tinha atendimentos psicoterápicos aos pacientes como uma das atividades a serem desenvolvidas. Os atendimentos eram realizados via Sistema Único de Saúde (SUS) e é importante frisar que os atendimentos psicológicos realizados em hospitais, normalmente necessitam ser mais efetivos uma vez que não se dispõe de tanto tempo quanto em um estágio realizado em outro local como, por exemplo, em uma clínica escola. Nos hospitais, prevalece o caráter de urgência, seja pela necessidade do paciente (alta ou óbito iminente) ou pela escassez de recursos humanos para atendimento da demanda que se faz nas redes públicas de saúde. Destaca-se que a paciente não estava internada no hospital no decorrer destes atendimentos, sendo que comparecia acompanhada pela sua filha. Dada esta urgência na maioria das vezes, os números de atendimentos são poucos e o profissional da Psicologia necessita ter uma escuta mais apurada para um melhor entendimento da situação daquele a quem está ouvindo. O caso aqui relatado referencia-se a uma paciente de 72 anos que veio em busca de atendimento trazida pela sua filha de 47 anos. Ambas estavam em busca de um diagnóstico a uma dor que acomete diariamente a paciente. O desfecho para este estudo de caso não foi conforme o desejado, uma vez que o número de atendimentos prestados foi apenas quatro e o encerramento dos atendimentos partiu da paciente e da familiar pelas expectativas não correspondidas. A perspectiva de compreensão utilizada para o estudo deste caso será a visão sistêmica, uma vez que, conforme Minuchin (1982) há o entendimento de que “... o homem não é um ser isolado. Ele é um membro ativo e reativo de grupos sociais.” (p. 12) e a família “é um grupo social natural, que governa as respostas de seus membros aos inputs de dentro e de fora.” (p. 16). E esta visão corrobora a opinião do autor Simonetti (2016) quando este nos diz que "a psicologia hospitalar vem se desenvolvendo no âmbito de um novo paradigma epistemológico que busca uma visão mais ampla do ser humano e privilegia a articulação entre diferentes formas de conhecimento" (p. 25-26). A metodologia de estudo de casos é utilizada preferencialmente quando a intenção é investigar uma realidade, compreendendo-a de forma integral, descritiva e interpretativa, em uma busca pela desocultação e pela descoberta. Assim torna-se possível que se investigue um contexto real e um conhecimento particularizado, construindo o conhecimento através da escrita científica, estruturada, interpretativa e crítica. (COIMBRA e MARTINS, 2013). Para a realização deste estudo, a paciente aceitou o relato de sua história assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo A). A seguir será apresentado o caso, incluindo: histórico; motivo da procura por psicoterapia e impressões iniciais; genetograma; entendimento dinâmico e hipóteses diagnósticas. Por fim, será abordado um referencial teórico, cujos pontos abordados serão: o papel da Psico-oncologia; as fronteiras familiares; a diferenciação do self; a inversão de papéis frente à velhice e o adoecimento; e a manutenção do paciente identificado (P.I.) para garantir a homeostase familiar. Buscou-se conceituar estes pontos a partir da literatura e realizar uma discussão do caso apresentado baseado nestes conceitos.

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