TRANSFORMAÇÃO NO TRABALHO DOCENTE: UM OLHAR PSICANALÍTICO

Juliana Freitas da Silveira, Cláudia Maria Perrone, João Francisco Biacchi da Fontoura, Mariana de Almeida Pfitscher, Tainara dos Santos de Moraes

Resumo


INTRODUÇÃO: Este trabalho busca refletir os aspectos subjetivos do trabalho docente, seus significados e sentidos na vida dos sujeitos. Toma-se como ponto de partida nesta temática, o processo histórico do trabalho e da figura do professor. O sujeito, referindo-se ao trabalho, passa a ser visto como capaz de sentir, desejar e decidir, ao passo que o professor, modifica o lugar daquele que detinha o saber, para aquele que utiliza da criatividade no processo de ensinagem no trabalho docente.  Para Dejours “trabalhar é preencher a lacuna entre o prescrito e o real [...]” (2004, p.28). Nesta interface trabalho e docência, compreende-se que os discursos frente ao lugar que este ocupava, de detentor do saber, de autoridade, solidez de conhecimento e mestria, tiveram grande importância nos espaços de (re) significação do trabalho docente. METODOLOGIA: A metodologia consiste em uma revisão bibliográfica. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Compreende-se que o ato de trabalhar não é somente produzir, é também, transformar a si mesmo, uma ocasião que oferece à subjetividade a possibilidade de poder se testar e se realizar (DEJOURS, 2004). Desta forma, o trabalho constantemente coloca a prova a subjetividade, e esta, sai acrescentada, enaltecida, ou diminuída, mortificada. Percebe-se que o trabalho ao longo dos anos passou por novas ressignificações, dentre elas a constante qualificação/requalificação. Tais exigências de um contínuo processo de qualificação acabam por obrigar o trabalhador de qualquer idade e em diferentes níveis de experiência e formação. Nessa constante transformação, o sujeito trabalhador docente da mesma maneira, passa a se transformar. O professor garantido socialmente, de quem detinha o suposto saber, que atravessava relações simbólicas entre aluno e professor, pautadas na tradição, solidez de conhecimento e autoridade, perde espaço a esse novo modelo contemporâneo, que ensine de forma criativa, que esteja atualizado e utilize estratégias variadas de ensino (MAIRESSE; STAHLSCHIMIDT, 2013).Nesta perspectiva se propõe pensar o trabalho docente como possibilidades de experiência e transformação, como salienta Freud (1996, p. 248) “é difícil dizer se o que exerceu mais influência sobre nós e teve importância maior foi a nossa preocupação pelas ciências que nos eram ensinadas, ou pela personalidade de nossos mestres”. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Entende-se que as transformações frente ao trabalho docente, precisam ser refletidas e problematizadas com mais estudos, entretanto buscou-se com essa proposta mostrar que este trabalhador vem se transformando e a psicanálise precisa estar atenta a estas transformações subjetivas.


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