ANÁLISE DA MORTALIDADE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEOPEDIÁTRICA DE UM HOSPITAL GERAL, NO INTERIOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DORIS MEDIANEIRA LAZAROTO, BARBARA PAULA MAGALHAES DE DEUS

Resumo


Introdução: A mortalidade infantil é um importante indicador de saúde, universalmente utilizado para avaliar a qualidade da saúde de uma população e indiretamente o desenvolvimento de um país. Os dois componentes da mortalidade infantil são: a mortalidade neonatal, que inclui as mortes ocorridas nos primeiros 28 dias de vida e a mortalidade infantil tardia, referente ao período entre os 29 dias até final do primeiro ano de vida. As mortes ocorridas no primeiro mês estão relacionadas basicamente à atenção pré-natal, resultando em nascimentos de crianças prematuras e de baixo peso, diferente das mortes neonatais tardias relacionadas com mal formações, desnutrição e infecções adquiridas. Nos últimos anos tem aumentado o número de nascimentos prematuros, consequentemente, tem aumentado também a demanda por internações em Unidades de terapia Intensiva (UTIs) e as taxas de mortalidade proporcionais a estes nascimentos. Objetivo: Analisar a mortalidade de crianças internadas na UTI pediátrica de um hospital geral e contextualizar com estudos semelhantes. Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal, retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizada no período de junho de 2011 a julho de 2012, através da revisão dos prontuários dos pacientes admitidos na unidade de terapia intensiva do Hospital Santa Cruz, de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. Foram selecionados para a pesquisa todos os pacientes que internaram na Unidade de Terapia Intensiva e no período apresentaram como desfecho o óbito. Os critérios analisados foram sexo, idade gestacional, tempo de vida, peso e causa da morte. Resultados: Foram admitidos 203 pacientes, destes 27(13%) evoluíram a óbito, sendo 17(62,96%) do sexo masculino e 10(37,03%) do feminino. Destes 16(59,25%) eram recém-nascidos (RNs), dos quais 13(81,25%) eram prematuros, com idade gestacional média de 33 semanas. Oito (29,62%) crianças apresentavam até 1 ano de idade e 3(11,11%) de 1 ano a 11 anos de idade. O tempo médio de vida foi de 354,2 dias considerando todas as crianças e 12 dias entre os prematuros. A mortalidade nos recém-nascidos com peso inferior a 1500g foi de 62,5%, referente a dez crianças e 31,25% entre 1501g a 2500g, referente a cinco crianças. A mortalidade precoce foi maior do que a tardia. Dentre as causas, o diagnóstico predominante foi a sepse neonatal, seguido por disfunções cardíacas e respiratórias. Conclusão: Os resultados encontrados corroboram com estudos semelhantes, em que a taxa de mortalidade também foi maior entre prematuros, do sexo masculino, nos primeiros 10 dias de vida e relacionados à sepse. Apesar dos avanços na neonatologia e terapia intensiva pediátrica, assim como a melhora da tecnologia empregada e da capacitação dos profissionais que atuam nestes ambientes, ainda existe uma incidência significativa de óbitos neonatais, principalmente em prematuros, sendo necessário melhorar a assistência no pré-natal para prevenir a prematuridade, as infecções perinatais e consequentemente reduzir a mortalidade destas crianças.


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