Jéssica Severo Ferreira¹

Adriana Düpont²

Eduardo A. Lobo³

¹ PUIC/UNISC - Laboratório de Ecotoxicologia - UNISC.

² Mestre em Tecnologia Ambiental - Laboratório de Ecotoxicologia - UNISC.

³ Doutor, professor do Departamento de Biologia e Farmácia - Laboratório de Ecotoxicologia - UNISC. Avenida Independência, 2293, Santa Cruz do Sul, RS.

No princípio deste novo século, a crise de escassez dos recursos hídricos tende a se agravar, dessa forma, o manejo adequado desses recursos assume um papel prioritário na promoção do bem- estar social, uma vez que água e desenvolvimento econômico estão intimamente relacionados: sua escassez compromete a agricultura e o desenvolvimento industrial, e a contaminação cada vez maior das águas doces continentais aumenta os custos de tratamento e põe em risco a saúde da população. Com o crescimento urbano e industrial ocorreu um aumento na quantidade de resíduos lançados no meio ambiente, provocando sérios problemas ambientais. Dessa forma é importante que os ecossistemas aquáticos sejam monitorados através de métodos biológicos, tendo em vista que os mesmos possuem a vantagem de oferecer informações de efeitos ambientais prolongados. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi implementar a rotina ecotoxicológica para testes crônicos utilizando o microcrustáceo Ceriodaphnia dubia RICHARD 1894 com organismo bioindicador, visando avaliar a eficiência de um sistema de captação e tratamento da água em pequena propriedade rural. A realização dos ensaios com o organismo-teste Ceriodaphnia dubia seguiu a norma brasileira 13373 (ABNT, 2005). Em síntese, este ensaio consiste em expor fêmeas com menos de 24 horas de vida de diferentes concentrações da amostra, por um período de sete dias. O sistema utilizado é o semi-estático, na qual se realiza a substituição da amostra durante o decorrer do ensaio. Visando atestar o sucesso do cultivo dos microcrustáceos foram realizados ensaios de sensibilidade com a substância de referência, Cloreto de Potássio, em diferentes concentrações. Os resultados obtidos evidenciaram que o coeficiente de variação esteve dentro da precisão analítica esperada para os testes de sensibilidade, validando, assim, as condições de realização dos ensaios (C.V = 22,0%). A faixa ideal para a CE(I)50 24 horas foi de - 0,01 mg L^-1 a 0,47 mg L^-1 para a substância de referência utilizando C. dubia. Os resultados dos ensaios de sensibilidade não ultrapassaram os limites de controle (dois desvios-padrão), condicionando, assim, a realização de testes ecotoxicológicos, que serão realizados no período de agosto a outubro de 2013, em amostras a serem coletadas de um sistema de captação e tratamento da água em pequena propriedade rural.