CURSO DE EXTENSÃO EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE SEXUAL: VIDA E FICÇÃO

CAMILA DEUFEL, EDUARDO STEINDORF SARAIVA

Resumo


Palavras-chave: Cinema, Diversidade Sexual, Educação.

O Curso de Extensão Educação e Diversidade Sexual: Vida e Ficção surgiu da constatação de que nas escolas Estaduais de Ensino Médio de abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de Educação a temática Diversidade Sexual não tem sido trabalhada de forma sistematizada ou continuada, aparecendo somente sob forma intervenções pontuais, como palestras. Tal constatação se deu através da pesquisa Subjetivação e Experiência: análise de ações dirigidas à redução da homofobia e do heterossexismo na educação, uma parceria entre Unisc e Ufrgs, pela qual foram realizadas visitas e contato telefônico com estas escolas, além de aplicação de questionários. Frente a este dado levantado o LAPS- Laboratório de práticas sociais da Unisc em conjunto com a Unisc- Escola, pensou um curso dividido em sete momentos, com um encontro mensal de três horas cada objetivando trabalhar com pessoas diretamente ligadas à educação na conscientização e combate à homofobia, entendendo-se que estas pessoas futuramente poderão trabalhar nas escolas como multiplicadores das reflexões suscitadas no projeto. Para tanto, foram assistidos e debatidos filmes ligados à Diversidade Sexual e temas que a atravessam como religião, heterossexismo, homofobia, conjugalidade, direitos civis e educação contando com palestrantes envolvidos diretamente com cada uma das temáticas a serem abordadas. Utilizou-se, ainda, relatos de experiências de pessoas que vivenciam o preconceito como meio de sensibilização e aproximação dos educadores com o universo LGBTTi. Apesar de o curso ser inicialmente promovido somente para pessoas envolvidas com a educação pública de Santa Cruz do Sul e região, sendo divulgado para todas as Escolas Estaduais e Municipais desta área, não houve número de inscritos suficiente para a continuação do Curso, tendo-se de abrir vagas também para outras pessoas interessadas. Sabe-se que a escola é um âmbito de produção de conhecimento e formação de opiniões e que esta é capaz de reproduzir e, por vezes, até mesmo reforçar os preconceitos vigentes. Discutir a diversidade sexual em sala de aula significa dar visibilidade a ela, retirá-la do obscurantismo na qual se encontra envolta e tratá-la como mais uma das múltiplas possibilidades que o ser humano possui de se relacionar e de satisfazer seus desejos. É necessário, como primeiro passo para a aceitação da diferença, que se tome conhecimento dela, e se possa posicionar criticamente quanto a esta, evitando o lugar confortável do "não sou nem contra, nem a favor". A invisibilidade produz opressão, permitindo somente a não existência. O fato de a temática Diversidade Sexual não estar sendo trabalhada em sala de aula, reforçado pelo fato de que, apesar da grande divulgação do evento, houve reduzido número de inscritos envolvidos com a educação, torna-se preocupante, evidenciando a dificuldade advinda do desconhecimento, mas também de certa resistência no trabalho da temática. O referido curso segue em andamento.


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