ANSIEDADE E TRANSTORNO DE PÂNICO, FATORES DESENCADEADORES DENTRO DO SISTEMA FAMILIAR.

DULCE GRASEL ZACHARIAS, ANA PAULA NICOLAY

Resumo


Quando acometidos pela ansiedade, os indivíduos passam a evitar situações que os force a entrar em contato social com os outros indivíduos, tal fato pode acarretar prejuízos nas relações com os indivíduos que fazem parte do sistema (família). O Transtorno de Pânico faz com que os indivíduos se isolem socialmente, gerando um sentimento de angústia e impedindo que ele siga suas atividades. O objetivo deste trabalho é apresentar a análise de um caso de psicoterapia individual atendido em um serviço de saúde da cidade de Santa Cruz do Sul - RS. A linha teórica que orientará para tal é a Abordagem Sistêmica, que busca compreender como os indivíduos se relacionam, pensam e agem dentro de um sistema e, ainda, leva em consideração como estes se relacionam com a sociedade onde estão inseridos. Fazendo uma análise de como se compõem e como se relacionam, os modos que vivem e como se afetam. O caso analisado chegou ao serviço através do encaminhamento de uma unidade básica de saúde em função de o paciente referir desconforto em relação a determinadas situações, o que mais tarde, foi diagnosticado como crises de ansiedade e transtorno de pânico. O paciente iniciou seu atendimento com o setor de psicologia com certa resistência, no momento acreditava não ser preciso, pois, já estava se sentindo melhor, contudo, essa ideia era fruto da resistência com a psicoterapia. No decorrer dos atendimentos, o paciente conseguiu vincular-se ao terapeuta, menos resistente, suas queixas foram se conectando com o seu discurso. Com os relatos, o paciente conseguiu ampliar seu olhar e perceber outras disfunções que ocorriam em sua família atual, bem como, conseguiu identificar comportamentos que reforçavam certas ações nos membros da família, que ele não acreditava serem "certas". Os indivíduos tendem a repetir comportamentos das gerações anteriores, ver a própria organização familiar de outro modo possibilita que este paciente possa rever as regras, modos de funcionamento e pode facilitar a ele mudar alguns comportamentos que não permitam a repetição nas próximas gerações. Mesmo o atendimento não sendo com o grupo familiar, este indivíduo tem a possibilidade de rever suas questões, seu papel dentro desta família e como executá-lo. As mudanças que ele apresenta nesse papel irão afetar os demais membros do sistema, uma vez que o sistema tem uma forma de comunicação que possibilita aos indivíduos reconhecerem seus papéis e funções, fazendo com que os demais membros possam também modificar seus papéis e funções. Inicialmente as mudanças podem representar uma ameaça para o sistema, pois desloca, desinquieta e gera insegurança, conforme os papéis vão se redefinido e se ajustando.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.