FAMÍLIAS E FILHOS: ESTABELECENDO LIMITES

DAIANA GRACIELE BUENO , DULCE GRASEL ZACHARIAS, JULIANA ROTH

Resumo


O presente resumo relata uma das atividades exercidas no SIS - Serviço Integrado de Saúde, da Universidade de Santa Cruz do Sul, que é psicoterapia de famílias. Focar a família como contexto para compreender a forma pela qual seus membros desenvolvem e modificam a concepção de si mesmos e dos outros e observar o poder que a família tem para influenciar a experiência e o comportamento de seus membros permanece sendo o núcleo da terapia familiar. A terapia familiar possibilita também mapear o ciclo vital da família e de seus membros e isso nos permite identificar as fases da transformação que já foram vivenciadas e também o que não foi alterado e que estaciona esta família. As famílias acabam inundando o terapeuta com o relato de sua luta e o terapeuta estratégico vê o sintoma como uma solução protetora do paciente identificado. Portanto, a tarefa do terapeuta é desafiar a definição do problema pela família e, com isso, poder modificar e reenquadrar a ideia que a família tem do problema, fazendo com que seus membros procurem as respostas das mais diversas formas. Os atendimentos de famílias acontecem a cada quinze dias. Nesse trabalho apresentaremos o caso da família X. A família foi encaminhada por um serviço de saúde onde a filha realizava acompanhamento psicológico. A família é constituída por três membros: pai, mãe e filha. MOTIVO DA PROCURA: OS PAIS APRESENTAM DIFICULDADES DE ESTABELECER LIMITE COM A FILHA e existe a superproteção da filha. Em virtude da deficiência que a filha possui, os pais demonstram dificuldades em colocar regras, muitas vezes deixando a filha executar o papel de liderança da família. Percebe-se muita culpa em ambos os pais. A mãe queixa-se da não participação do pai no contexto familiar, sobrecarregando-a. A mãe relata que uma das suas preocupações em relação à filha, é a grande dependência da filha para todas as atividades. Para a filha está sendo muito difícil crescer e amadurecer, preferindo viver num mundo infantil. Utilizando a abordagem sistêmica, em uma análise em que são considerados os problemas no contexto dos relacionamentos mais íntimos e da rede social da qual o indivíduo faz parte, podemos perceber que pessoas de uma mesma família são conectadas e examinar as suas conexões é uma maneira interessante de compreender e promover a mudança de comportamento. Entendendo que pessoas vivendo em grande proximidade, no decorrer da convivência estabelecem padrões quanto à forma de interação, crença e comportamentos que são observados por terapeutas. Na terapia familiar, mesmo que apenas um membro apareça como sendo o Paciente Identificado, ou seja, o sintomático, problemático, disfuncional, deve-se priorizar os problemas familiares em vez de se enfocar as questões individuais, vendo todo o sistema como disfuncional e não apenas um ou outro membro. Neste contexto, o papel do terapeuta é perceber o que o Paciente Identificado e seu "problema" representam para o todo familiar, fator de integração ou desintegração, de ansiedade ou tranquilidade, de "necessidades" ou "exclusão" e, a partir daí, trabalhar com estas famílias enfocando a comunicação familiar, as regras, a hierarquia, a expressão de afetividade, as crenças e os modelos que os pais trazem de suas famílias de origem e a forma com que a família lida com conflitos.


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