A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO CASAL - A AJUDA EXTERNA

CAROLINE FOCKINK RITT, MALU FALEIRO SCHMITZ

Resumo


As pessoas próximas de vítimas de agressão doméstica se sentem incomodadas com a situação de violência, mas não sabem como agir para auxiliar a mulher. Nesse sentido, o objetivo do trabalho é demonstrar as diferentes consequências da violência contra a mulher e apresentar formas de encarar essa problemática de forma adequada. Não se deve julgar quem presencia a situação por aceitar tal condição, e sim mostrar caminhos como: procurar profissionais da área da saúde e/ou acompanhamentos junto a Assistência Social. Aos profissionais da saúde, por sua vez, cabe a atuação com maior sensibilidade nos casos de confirmação do abuso, para melhor encaminhamento da paciente e não apenas receitar antidepressivos, incentivando-as, indiretamente/inconscientemente, da aceitação da violência sofrida, podendo até resultar na ingestão abusiva e ocasionar o suicídio das vítimas. Existem associações e albergues dispostos a combater a violência conjugal, protegendo as mulheres e também as crianças e adolescentes envolvidos, surgidos recentemente, sendo a 1ª no início da década de 1970 e, em 1987, surgiu a Federação Nacional de Solidariedade às Mulheres. Já o Estado comprometeu-se com a causa, com base em três pontos principais: a) sensibilização da população e formação de intervenientes; b) ajuda às vítimas: o Estado auxiliando as Associações; c) repressão à violência conjugal. Por medo, as vítimas evitam fazer o boletim de ocorrência e quando o fazem, acabam retirando por pressão do agressor. O juiz, na maioria das vezes, apenas determinará que o marido fique sob vigilância quando a mulher apresentar atestados médicos comprovando dano físico. Por isso, faz-se necessário que as mulheres procurem, desde logo, um psicólogo e informações em relação aos seus direitos, antes mesmo de iniciar a ação de divórcio, como ocorre. As mediações não são indicadas para a tentativa de resolução do problema porque podem prejudicar ainda mais a parte já ofendida, já que, por estar diante do agressor, não conseguirá expressar suas ideias e revelar tudo que vivencia, podendo passar pelo sentimento de dupla culpa pelo relacionamento frustrado. Já a prova pericial é de suma importância, principalmente as provas psicológicas, para que em casos de violência física não aparente e psíquica o problema seja detectado. Ponto inicial para a prevenção: orientações aos jovens sobre a problemática; apresentação de todas as formas de violência; e principalmente, ensinar o respeito mútuo, a não utilização de violência para solucionar seus conflitos, informando de seus direitos e deveres; sensibilizar e motivar para o controle de seus comportamentos, para que não se tornem adultos violentos. Entre os casais: não se trata de colocar em confronto homens e mulheres. É preciso, ao contrário, ensiná-los a funcionar juntos, em um modelo diferente do modelo dominação/submissão. Homens: construir valores da masculinidade e do significado de "macho". Informar sobre sanções jurídicas. Mulheres: agir com maior firmeza, opondo-se sempre que achar necessário e sabendo dizer "não"; impor LIMITE: exigir respeito, não aceitar violência, buscar ajuda e conversar com a família ou associações destinadas para este fim. Testemunhas: apoiar as mulheres vítimas da agressão a procurar ajuda e, por fim, a mídia; divulgar todos os tipos de violência, física, psicológica e sexual contra homens e mulheres, apresentado caminhos para solucionar o problema.


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