APRENDENDO ATRAVÉS DA EXPERIÊNCIA

PAULA KARINE SCHUCK, NIZE MARIA CAMPOS PELLANDA

Resumo


O presente resumo relata uma experiência de aprendizagem complexa com crianças que estão no espectro autista, através do uso das tecnologias touch. Neste projeto consideramos a escolha do iPad porque ele propicia vivências que envolvem dimensões de aprendizagem, emoções e comunicação, tendo em vista que uma das maiores dificuldades dos sujeitos com transtorno do espectro autista é a comunicação, a qual afeta o entendimento da linguagem do outro, como também a forma de se expressar; assim como a interação, a socialização. Devido a estas dificuldades, é importante que se inicie o quanto antes atividades que estimulem a neuroplasticidade cerebral. Assim, trabalhamos a partir do pressuposto fundamental da Biologia da Cognição, dos biólogos Humberto Maturana e Francisco Varela, a autopoiesis que significa que os seres vivos são seres que se produzem a si mesmos ao viver. Portanto, este grupo de pesquisa trabalha com a auto-organização dos sujeitos pelo Paradigma da Complexidade. Nesta perspectiva, nada do que é externo pode especificar/determinar o que acontece com os seres humanos. Assim, para abordar as dificuldades de aprendizagem e comunicação das crianças com transtornos do espectro autista apostamos num dispositivo técnico, o iPad, visto que este é um desencadeador potêncial para auto-organização e, assim, oportunizar a estes sujeitos uma mobilização interna. O uso de computadores com tela sensível ao toque amplia os processos de autonomias e os diferentes modos de aprendizado. Nessa pesquisa, contamos ainda com a questão da plasticidade neuronal, pois partindo da mobilização referida, o cérebro das crianças é capaz de encontrar novos caminhos, possibilidades de novas sinapses. Apesar de se tratar de uma doença que não tem cura e ser determinada por fatores genéticos. Os resultados preliminares desta pesquisa com dois sujeitos autistas tem nos mostrado resultados muito animadores. Os resultados já puderam ser observados em poucos meses. Os meninos iniciaram em agosto de 2012 a utilização do ipad de forma semanal, em encontros realizados na sala de espelho localizada no SIS-UNISC. Após aproximadamente 4 meses o ipad foi levado para casa, possibilitando para os sujeitos a interação diária com ipad. Ao passar dois meses os meninos voltaram a ter encontros quinzenais na sala de espelho. É importante descrever que, no inicio, os meninos choravam, apresentavam muitas estereotipias e, depois, passaram a apresentar maior interação com o ambiente, melhoras na fala, comunicação e afetividade.


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