Diante de uma sociedade com alta densidade populacional, torna-se comum a aglomeração de pessoas em locais como clubes sociais, boates e bares. Em momentos de congestionamento, é necessário atenção no momento de evacuação das pessoas presentes. Em alguma situação que possa causar riscos à vida das pessoas, o tempo necessário para a saída de todos os indivíduos de um local é fundamental para que estes possam abandonar o ambiente e que estejam seguros. Neste caso, fazer uma simulação a respeito da evacuação destas multidões pode ser de grande importância para evitar estes riscos na necessidade de rápido abandono do local. Contudo, pode-se tornar inviável executar a simulação em um ambiente real devido ao seu alto custo ou até por não existir a possibilidade de realizar experimentos no local. Dessa forma, uma solução possível é a simulação através de recurso computacional, com a qual estes incômodos podem ser evitados, além de não colocar a vida das pessoas em risco. Diante disto, através do estudo de materiais encontrados na literatura, este trabalho propõe um modelo de simulação discreto que utiliza a abordagem de autômatos celulares, a partir do qual seja possível analisar os aspectos mais relevantes e avaliar o comportamento existente no processo de evacuação em ambientes com diferentes layouts. Diferentes cenários de aplicação podem ser elaborados para a investigação e obtenção de resultados, permitindo identificar possíveis problemas na evacuação de pessoas e também promovendo mais segurança aos ambientes. Por meio da realização deste trabalho, verifica-se que as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que tratam das características a estarem presentes nas edificações, em especial a norma NBR 9077, têm influência notável no desempenho do processo de evacuação de multidões. Isto se dá pelo fato de que os critérios que visam à segurança nos ambientes auxiliam no correto dimensionamento e posicionamento de saídas e vias de locomoção, otimizando o tempo total de evacuação ao permitirem um fluxo de deslocamento adequado de indivíduos. Além das características dos ambientes, aspectos sociais e psicológicos dos indivíduos também influenciam no processo de evacuação. Fatores como a presença de pânico, a idade e o comportamento existente entre os ocupantes de um local contribuem para o tempo necessário para o desdobramento do processo, uma vez que interferem no modo de agir e na capacidade física de movimentação dos indivíduos. Estas características podem se mostrar mais relevantes em situações em que os ocupantes devem abandonar rapidamente o local por estarem em alguma situação de risco, por exemplo. Diante disto, o uso da simulação computacional se mostra uma opção conveniente para analisar e identificar possíveis problemas existentes no processo de evacuação de multidões. Com a possibilidade de representar diversos cenários de aplicação com diferentes configurações geométricas e tipos de ocupação, torna-se possível encontrar melhorias em relação ao desempenho durante a evacuação dos ocupantes em algum local, principalmente em casos mais críticos. Desta forma, ao aplicar na simulação os critérios estabelecidos nas normas que buscam regulamentar a segurança nas edificações e levando-se em consideração os aspectos peculiares ao processo de evacuação de multidões, torna-se possível promover mais conforto e segurança aos indivíduos ao aplicar os resultados obtidos com o uso da simulação em ambientes reais.