Introdução: Este trabalho constitui-se de um relato de experiência propiciado pelo estágio integrado em Psicologia III, realizado no CEMAS (Centro Municipal de Atenção a Sorologia). A contaminação pelo vírus HIV, mesmo com avanços sociais e farmacológicos, ainda é alvo de grande preconceito pela população. Embora grande parte da contaminação pelo vírus HIV seja através da relação sexual desprotegida, ainda existem inúmeros casos de gestantes que não foram tratadas com medicamento antiretroviral durante este período, fazendo com que a criança ao nascer seja soropositiva, através da mãe. Diante disso, existem muitas crianças que não receberam esse tratamento e que necessitam tomar o medicamento antiretroviral durante a infância, sem que muitas vezes a criança tenha conhecimento sobre os motivos do uso constante de medicações e exames periódicos para monitorar seu estado de saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, (2004) é um momento definidor de identidades e associada à morte, estigma, preconceito e discriminação, a AIDS amedronta e atormenta o imaginário coletivo. Os mitos perpetuam-se e a condição possível para muitos soropositivos é manter o segredo como único acompanhante nessa trajetória solitária, cenário que não difere quando se trata da criança vivendo com o HIV/aids. Familiares silenciam na presença de crianças e adolescentes por supor protegê-los da amargura diante do saber-se portadores de uma enfermidade grave, crônica e com atributos. Objetivos: Compreender como é realizado o processo terapêutico de revelação diagnóstica para crianças portadoras do vírus HIV. Metodologia: Observação participante, através do acompanhamento de uma paciente de 8 anos e sua família realizado pela psicóloga do local de junho a agosto de 2015, no intuito de explicar a importância deste processo para a criança e a família. Os encontros com a criança são realizados com atividade lúdicas e com a máxima frequência possível. Conclusão: Esse estudo ainda está em andamento, mas já é fonte de grandes aprendizados, especialmente no que diz respeito ao papel e formação de um psicólogo que atua em um serviço de saúde com características tão singulares como um centro de atendimento à sorologia, especialmente no atendimento às crianças. Além da necessidade de apropriação de uma linguagem essencialmente biomédica no que diz respeito ao estado de saúde do paciente, ao mesmo tempo, lida cotidianamente com demandas que na maioria dos casos, são também demandas sociais. Além disso, é necessário lutar constantemente pela adesão do paciente ao tratamento antiretroviral, essencial para manutenção de saúde. A revelação diagnóstica a crianças portadoras do vírus HIV exige do profissional grande conhecimento e habilidades bastante específicas.