ATENÇÃO A SAÚDE DO IDOSO E A POLIFARMÁCIA: UMA REFLEXÃO

Luís Augusto Kanitz, Mariele Luiza Petry, Beatris Medianeira Seeger, Vera Costa Somavilla

Resumo


O uso de medicamentos, na atualidade, constitui-se em uma epidemia entre idosos, cuja ocorrência tem como cenário o aumento exponencial da prevalência de doenças crônicas e das sequelas que acompanham o avançar da idade, como também o poder da indústria farmacêutica, o marketing dos medicamentos e a medicalização presente na formação de parte expressiva dos profissionais da saúde. Diante disso, torna-se de grande relevância a avaliação da complexidade do regime terapêutico em prescrições destinadas aos idosos, como o número de medicamentos, a frequência das doses, as instruções para a administração e as formas de medidas da dosagem prescrita, que podem influenciar no resultado da terapia, pois é comum encontrar em suas prescrições dosagens e indicações inadequadas. Portanto, a polifarmácia, que pode ser definida como o consumo de cinco medicamentos concomitantes ou mais, constitui-se um problema importante no atendimento do idoso, devendo ser sempre pesquisada e evitada quando possível. Este trabalho consiste em estudo de revisão de literatura, com coleta de dados realizada por meio das bases de dados da Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e do Google Acadêmico, bem como de livros da área de farmacologia e da saúde do idoso. Esta busca de bibliografia serviu como base para problematizar a discussão de um caso real de uma idosa de oitenta e um anos institucionalizada em uma casa de longa permanência que faz uso de dezoito tipos diferentes de fármacos. Por meio deste estudo, foi possível chegar a algumas considerações importantes como o uso racional dos medicamentos em todas as suas dimensões, ou seja, ser tomado como objeto de preocupação das equipes, dos gerentes e dos gestores dos serviços e sistemas de saúde, mesmo porque uma boa assistência farmacêutica, como componente essencial da atenção aos idosos, só poderá ser garantida a partir de uma melhor integração da prática de uma equipe multiprofissional e de modos mais solidários e compartilhados de se organizar o cuidado. Por isso que medidas educativas são necessárias para garantir à população geriátrica uma farmacoterapia de qualidade. Conclui-se, nesta pesquisa, que os institucionalizados possuem aspectos diferentes dos idosos ambulatoriais ou de comunidade, havendo maior importância a fatores relacionados com funcionalidade e tempo de institucionalização, do que com idade e sexo. Necessita-se, assim, de mais estudos que avaliem fatores relacionados à polifarmácia em pacientes em instituições de longa permanência, para que se possa identificar fatores de risco e agir de forma a tentar evitar maior prescrição de medicamentos, evitando seus efeitos adversos.

Palavras-chave: Polifarmácia; Farmacoterapia; Medicalização.

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