RESTAURAÇÕES EXTENSAS EM DENTES POSTERIORES SEM TRATAMENTO ENDODÔNTICO

Pâmela Bonassi, Ricardo André Reckers, Jenifer Ana Limberger, Sandyelli Maira Pozzebom, Marjorie Medina Rech, Alcebiades Nunes Barbosa

Resumo


Introdução: Quando o paciente possui um dente posterior vital ou não, ainda não tratado endodonticamente e com lesão de cárie extensa, restauração insatisfatória ou fratura dentária, o profissional deve considerar os fatores estéticos, biomecânicos, anatômicos e financeiros do paciente de forma a escolher o plano de tratamento ideal. É importante considerar também a longevidade da restauração e do dente, bem como as consequências na saúde oral. Nos últimos anos, a preferência dos pacientes por restaurações estéticas desencadeou o desenvolvimento de materiais restauradores não metálicos. Dentre as alternativas mais populares para as restaurações metálicas estão as resinas compostas diretas e indiretas e as cerâmicas (porcelanas). O amálgama, apesar do seu extenso uso durante aproximadamente um século e apresentar excelentes resultados em longo prazo, passou a ser descartado nos últimos anos por não ser um material estético e devido a seus possíveis riscos à saúde associados ao mercúrio. Objetivo: O objetivo deste trabalho é mostrar situações clínicas em dentes posteriores com acentuada perda de estrutura coronal não tratados endodonticamente, os quais receberam restaurações complexas de forma conservadora com resina composta direta. Metodologia: Pacientes encaminhados ao Projeto de Extensão “Reabilitando sorrisos em busca de uma melhor qualidade de vida da população” e apresentando necessidade restauradora em dentes posteriores com as características acima descritas recebem tratamento na Clínica do Curso de Odontologia por meio da participação de cinco estudantes bolsistas (Probex e Provex). Inicialmente, o paciente é examinado clínica e radiograficamente e, uma vez confirmada a necessidade restauradora, é feito o planejamento para confecção de uma restauração complexa com resina composta direta. A sequência do protocolo restaurador consiste em realizar profilaxia dos dentes, escolha da cor (se necessário), anestesia, isolamento absoluto do campo operatório, preparo cavitário incluindo a remoção de dentina cariada, quando presente, proteção pulpar, colocação de matriz e cunha, condicionamento ácido, lavagem e secagem da cavidade, aplicação do sistema adesivo, inserção e polimerização da resina composta pela técnica incremental, acabamento e polimento da superfície da restauração e, por último, ajuste da oclusão. Em alguns dos casos registrados foi feita a colocação de pinos de fibra de vidro fixados em dentina. Resultados: Reconstruções com resina composta de forma direta possibilitaram a recuperação anatômica e fisiológica de dentes posteriores com ampla destruição coronal. As situações apresentadas neste trabalho referem-se aos dentes que não possuem tratamento endodôntico, o que se justifica pela necessidade de manter a vitalidade pulpar ou porque, em alguns casos, radiograficamente se constatou que não havia viabilidade técnica para realizar o tratamento dos canais. O procedimento possui também a vantagem de preservar e reforçar a estrutura dental remanescente da coroa do dente restaurado. Conclusões: Todos os casos atendidos possibilitaram a restauração dos dentes de uma forma simples e menos onerosa, ao contrário dos procedimentos restauradores indiretos que necessitam de uma fase laboratorial. Com isso, foi possível atender a expectativa dos pacientes de forma bastante favorável, constatado por meio da satisfação por eles manifestada e registrada nos questionários de avaliação do projeto.

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