Interações medicamentosas potenciais, fatores de risco para o desenvolvimento de reações adversas, são importantes indicadores de qualidade da segurança da prescrição. A prevalência, a gravidade e as possíveis consequências das interações medicamentosas são diretamente relacionadas a variáveis como condições clínicas do paciente e quantidade e características dos medicamentos prescritos. Assim, o aumento da complexidade da prescrição suscetibiliza interações medicamentosas, reações adversas e então o surgimento de comorbidades e consequente piora da qualidade de vida. Verificar possíveis interações potenciais entre medicamentos prescritos para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) nos serviços de dispensação de medicamentos a nível municipal e estadual do município de Santa Cruz do Sul – RS configura o objetivo deste trabalho. Para isso, aplicou-se um questionário contendo questões com perguntas autorrefridas sobre a utilização de medicamentos para 242 indivíduos, usuários do Sistema de Saúde, juntamente com a análise de suas prescrições médicas, durante o Estágio I – Saúde Coletiva do Curso de Farmácia da UNISC, no período de agosto a outubro de 2015. As possíveis interações entre medicamentos presentes nas prescrições foram identificadas no software Medscape® e classificadas como interação forte, moderada ou leve. Analisou-se as prescrições de 242 indivíduos, sendo 175 atendidos na Farmácia Municipal e 67 atendidos na Farmácia Estadual. Dessa amostra, 58% foram mulheres e a média de idade foi de 60 anos, sendo que 29 indivíduos informaram não fazer uso de medicamentos contínuos e 10 (dez) pacientes não informaram uso ou não lembravam quais medicamentos utilizavam. Entre 203 pessoas informaram o uso de, no total, 575 medicamentos. Os medicamentos mais utilizados foram os anti-hipertensivos, com 203 medicamentos prescritos (35,3% das prescrições), seguido por hipolipemiantes com 51 prescrições (8,3%), e antidepressivos com 43 prescrições (7%). Dos 144 usuários que reportaram uso de mais de um medicamento, 48 prescrições não possuíam interação potencial. As outras 96 prescrições apresentaram um total de 323 interações medicamentosas, sendo 30 interações fortes, 227 interações moderadas e 66 interações leves. Em análise dos dados levantados, constata-se a falta de informação sobre as doenças e sobre os medicamentos utilizados que podem levar a problemas de adesão ao tratamento, elevando o risco de se ter efeitos colaterais e menor taxa de cura ou melhora da doença. O profissional farmacêutico atuante em assistência na saúde pública ao orientar e fazer um acompanhamento farmacoterapêutico desse paciente que utiliza polifarmácia, ajudando na compreensão de sua própria saúde e promovendo um tratamento mais efetivo que proporcione maior qualidade de vida a esse paciente.

Palavras-chave: Interações Medicamentosas; Reações Adversas; Segurança da Prescrição.