PROCESSO REABILITACIONAL PÓS PROTETIZAÇÃO DE MEMBRO SUPERIOR – UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA NO SERVIÇO DE REABILITAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL

Ana Paula Dattein Peiter, Cristina Fank, Rafael Kniphoff da Silva, Andréa Lucia Gonçalves da Silva, Cássia da Luz Goulart, Angela Cristina Ferreira da Silva

Resumo


A amputação de membro superior, caracterizada pela remoção cirúrgica ou traumática, de forma parcial ou total do segmento corporal, está entre as principais causas de incapacidade das atividades de vida diária e laboral, sendo considerado ainda, um desafio para equipe multiprofissional que assiste as pessoas amputadas. Inovações em técnicas cirúrgicas e produção de produtos, tecnologias de encaixes e componentes modulares, investimentos no processo do desenvolvimento da funcionalidade no que se refere ao mecanismo das próteses para além da estética, vêm sendo inseridos no mercado. As biônicas e as mioelétricas, atualmente, são as mais completas e eficazes próteses de membro superior, porém a Política de Concessão de órteses, próteses e meios de locomoção do Governo Federal não as dispensam. Desta forma, ficamos restritos às próteses funcionais com mecanismos acionados pelo lado contralateral à amputação. Neste caso, necessita-se um preparo muscular, uma boa coordenação motora e satisfatória adaptação funcional da prótese através do processo reabilitacional do amputado de membro superior. Possibilitar a melhor adaptação e condições de autonomia e independência foram os objetivos que movimentaram a equipe que assiste estas pessoas. Os métodos utilizados se deram a partir da concessão de uma prótese funcional em nível do antebraço esquerdo com acionamento de tiras, com gancho e luva estética para mão, acompanhamento fisioterapêutico para preparação deste processo e dessensibilização do coto, além de atendimentos de Terapia Ocupacional (TO) após a colocação da prótese. O sujeito é usuário do Serviço de Reabilitação Física de Nível Intermediário da Universidade de Santa Cruz do Sul (SRFis/UNISC), do sexo masculino, 38 anos de idade, amputado a nível transradial medial há cinco anos, de forma traumática pela atividade laboral e nunca utilizou prótese. Como resultados, obtivemos diminuição dos movimentos compensatórios do eixo da coluna, utilização das duas mãos para alimentar-se e cozinhar, maior autonomia para realizar sua higiene e os cuidados com a casa, ou seja, uma melhora nas suas atividades de vida diária, bem como uma reeducação postural evitando a progressão da escoliose torácica. Estes aspectos foram percebidos no decorrer do processo de pós-protetização, que se realizou em 10 atendimentos de TO, após a colocação da prótese. Dessa forma, concluímos com essa primeira experiência que os atendimentos físico-funcionais de caráter multiprofissional, associado ao treino individualizado com a prótese, são indispensáveis para a reabilitação dos amputados de membro superior. Ressaltamos ainda que é muito importante considerar o contexto do dia a dia e da realidade do sujeito, para que a prótese proporcione uma melhora em sua qualidade de vida e atue como um facilitador de sua rotina, e não como uma barreira, proporcionando-lhe melhores condições funcionais para o desenvolvimento de suas atividades.

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