PROJETO CORRENTE DO BEM RIO PARDO

Mariane dos Santos Bogado, Rudyane Vlieger Dornelles, Fernanda Tomé Paim dos Santos, Roque Wagner

Resumo


A má oclusão é o terceiro item na ordem dos problemas de saúde bucal, sendo precedido somente pela cárie e pela doença periodontal. Contudo, é preocupante a dificuldade que a população menos favorecida financeiramente tem em acessar os serviços públicos de saúde bucal, já que poucos deles têm um setor ou programa voltado para esse problema. Por sua vez, esses agravos causam consequências na aparência do sorriso, e até da face como um todo, dificultando a inclusão social dessas pessoas. O Projeto de Extensão Corrente do Bem Rio Pardo (PCBRP), atua em conjunto a comunidade Rio-pardense, desde o ano de 2008, estando, portanto, em seu 9º ano de atuação. O projeto iniciou seus trabalhos com uma parceria da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) com a 2a Promotoria de Justiça de Rio Pardo (Ministério Público), Ministério da Saúde, e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Rio Pardo (COMDICA), tendo em vista obter apoio, responsabilidade e empenho contínuo, buscando uma melhora na qualidade de vida da população, resgate social das crianças e adolescentes, bem como das condições bucais daqueles que recebem o atendimento. O PCBRP tem como principais objetivos a inclusão social, o resgate e a proteção de crianças e adolescentes em situação de risco social na cidade de Rio Pardo, assim como ajudar ao próximo, fazer boas ações, demonstrar compaixão, carinho, atenção e união. O projeto consiste em atendimentos realizados na estratégia de Saúde da Família (ESF) Higino Leitão, na cidade de Rio Pardo, por três acadêmicos de Odontologia e um professor orientador. Os atendimentos são efetuados semanalmente, nos quais se avalia minuciosamente cada caso e realiza-se um planejamento de acordo com as necessidades, que são passíveis de procedimentos de correção ou intervenção por meio da ortodontia preventiva/interceptadora, através de aparelhos removíveis confeccionados pelos alunos sob orientação, vale ressaltar que os acompanhantes e familiares das crianças também são orientados quando eles possuem alguma dúvida, ou até mesmo no momento em que é detectado alguma necessidade. São atendidos pacientes de seis a doze anos de idade, que retornam periodicamente para ajustes e manutenção dos aparelhos, até que a maloclusão seja revertida. Eles são, em sua grande maioria, agendados pela Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Pedro Alexandrino de Borba, mas o projeto também se estende a outras crianças da região, segundo as necessidades e urgências que surjam. O tratamento oferecido a estas crianças se dá de forma gratuita, sendo os recursos financeiros fornecidos pela UNISC, através de seu apoio aos projetos de extensão. Desta forma, pode-se observar a importância da intervenção ortodôntica no momento em que ainda é possível prevenir e remediar a severidade das maloclusões, igualmente a relevância da continuidade do projeto a essa população. O projeto ainda contribui para a saúde bucal geral dos pacientes ao encaminhar os beneficiados para uma avaliação com a dentista da ESF, criando ou fortalecendo, assim, vínculos da população com a mesma. Por conseguinte, a experiência de acompanhar esses pacientes trouxe uma experiência enorme ao grupo, não apenas para o conhecimento acadêmico, mas também pessoal, permitindo assim uma atenção especial na motivação, acolhimento e inclusão destas crianças e seus familiares para uma jornada de vida mais saudável, com elevação da autoestima e qualidade de vida.

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