O CONSUMIDOR-FÃ: UM AGENTE NA COMUNICAÇÃO DA MARCA

Luluani Stasinski Libano, Bruno Kegler

Resumo


Atualmente estamos imersos no ambiente digital, somos expostos a todo tipo de publicidade e oferta. Os avanços das tecnologias da informação trouxeram prosperidade à comunicação, no entanto, o imediatismo e a efemeridade são aspectos, cada vez mais, presentes no consumidor deste século. As marcas precisam estar atentas às necessidades, aos desejos e à opinião deste indivíduo que impõe suas preferências, propaga suas ideias, elogios e reclamações através das redes sociais. A disputa entre as marcas aumentou por conta deste consumidor de opinião pulsante nas redes, cativá-lo significa ir além, ultrapassar as expectativas e tornar-se sua lovemark (marca amada). O marketing experimental é um caminho para desenvolver o relacionamento marca/consumidor. Através dele é possível instigar as pessoas às melhores experiências com os produtos. Assim, o indivíduo cria vínculos emocionais e propaga a marca, expondo seus sentimentos, passando de consumidor para consumidor-fã. Este é o ápice do relacionamento, no qual assuntos distintos estão entrelaçados, tais como: emoção, razão e dinheiro. Escolhemos a marca Apple® para este estudo tendo como hipótese que através dela seria possível construir uma reflexão sobre o tema, que é extremamente complexo por envolver questões subjetivas, cujo referencial teórico e definição conceitual ainda estão em desenvolvimento. Mas igualmente interessante, por se tratar de uma figura impactante, seja para a comunicação ou para as marcas, na atual conjuntura global. Entrevistamos um consumidor-fã da Apple® que há mais de 10 anos escreve sobre ela na internet. Ele formou sua equipe para consolidar o MacMagazine, um site com perfil em redes sociais, em que o contato mais próximo com os demais consumidores acontece frequentemente. Como objetivo principal, buscamos compreender se o consumidor-fã é um agente na comunicação da marca. Deste desdobraram-se dois específicos: quais as suas motivações para comprar os produtos e para disseminar informações sobre eles? Em quais meios eles atuam? Para obter respostas, realizamos uma pesquisa de cunho qualitativo, aplicando um questionário com perguntas semiabertas para 35 consumidores da marca e uma entrevista em profundidade com um consumidor-fã, ambos via internet. Em busca de embasamento teórico fizemos pesquisas bibliográficas. Verificamos que não há intervenção da Apple® no conteúdo exposto no site e, a disseminação acontece na internet gratuitamente. No entanto, os fundadores recebem uma quantia monetária, não especificada, através da loja virtual, de propagandas e parcerias comerciais. Ao contrário do que pensávamos, eles têm contato com a assessoria de imprensa da Apple®. Constatamos que o maior incentivo para o consumidor desta marca é a qualidade, que alega encontrar nos produtos. Notamos que os consumidores Apple®, entrevistados nesta pesquisa, não pensam em trocá-la. Com este estudo, destacamos que a contribuição do consumidor-fã da Apple® é positiva, propagando a marca no ambiente digital. Mas ele, também, é capaz de expor suas insatisfações. Além disso, realiza um trabalho, de proximidade com o consumidor comum, através das redes sociais, que a própria Apple® não desempenha. Os consumidores-fãs aumentam o lucro da marca, criam vínculos com outros consumidores, formam comunidades dotadas de senso crítico, atuam no ambiente digital e produzem conteúdo significante à comunicação.


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