A temática da homossexualidade vem conquistando espaço e ganhando visibilidade ao longo do tempo, tanto dentro do campo das ciências quanto dentro do campo sociopolítico. As discussões em torno da temática, há tempos, são tidas de maneira conflitiva, existindo um embate entre aqueles favoráveis e aqueles contrários à homossexualidade ou à diversidade sexual. Em meio a tal discussão, está a psicologia, que também protagoniza, enquanto ciência e profissão, discursos a respeito da homossexualidade. Essa maneira como a psicologia se relaciona com o tema vem se modificando ao longo do tempo. A partir da resolução de nº 001/1999, o Conselho Federal de Psicologia se manifesta enquanto instituição reguladora de uma profissão, expondo o modo como psicólogo deverá proceder quanto às questões da homossexualidade. O conselho repudia qualquer oferta de cura, medicalização ou modificação da homossexualidade, entendendo-a como uma variação da sexualidade. Sendo assim, a Universidade, como centro de produção de conhecimento, está inter-relacionada com o CFP, promulgando as normas que vão constituir o profissional e pesquisador psicólogo. O presente trabalho pretende discutir de que maneira essa formação acadêmica oportuniza aos alunos a reflexão de maneira aprofundada sobre a temática, proporcionado um ensino que promova a construção do saber a partir das subjetividades e das experiências dos alunos, trazendo para o debate as diversas opiniões que se confrontam. Propõe-se, neste estudo, uma análise das ementas das disciplinas e a realização de grupos focais com acadêmicos do curso de Psicologia da UNISC com o intuito de refletir sobre a forma como vem-se pensando a formação e a atuação dos psicólogos frente à temática apresentada. Busca-se formar um aluno que se respalde em vivências e reflexões genuínas sobre homossexualidade, sexualidade, ser humano e sobre os preconceitos e rótulos que são estruturados.

Palavras-chave: Homossexualidade; Diversidade Sexual; Formação Acadêmica; Psicologia.