VIVÊNCIAS DO DIA A DIA: METODOLOGIAS QUE DÃO VOZ AOS ALUNOS

Mariele Henn Heck, Gustavo Henrique Kunsler Guimaraes, Camilo Darsie, Ernesto Luiz Alvez, Mozart Linhares da Silva

Resumo


Como mediador da aprendizagem, o professor desempenha um papel muito importante, porém muito difícil, visto que a possibilidade de discussão de temas transversais e empoderamento ainda é pequena em relação ao que se espera no âmbito das políticas públicas e práticas cotidianas, o que pode gerar certo desconforto nos alunos e na comunidade. Desta forma, como se poderia contextualizar um tema que vai tocar em um ponto historicamente sensível e polêmico, não deixando de ser didático? É a partir dessa perspectiva que o presente projeto está norteado. A cultura afro-brasileira ainda sofre de muitos preconceitos e mitos em tornos de si, logo, deve ser mais aprofundada, visto que, apesar de comprovada a inexistência da democracia racial, a persistência do mito em nossa sociedade nega a prática do racismo no Brasil. O racismo no Brasil mata. Conforme assinalam os sensos do IBGE, o preconceito em nosso país faz com que os negros sejam a maioria da população de baixa renda. Desse modo, o objetivo é focar nas questões traçadas nas linhas acima, de forma que se possa encontrar e evidenciar, na realidade de cada aluno, o racismo do dia a dia. É realidade que tanto os alunos quanto os professores trazem consigo uma vivência de tudo que já experimentaram, e é com base nessa leitura que os objetivos do projeto se cruzam com a realidade dos alunos, baseando-se na contribuição e respeito dessa realidade. É importante salientar que a escola onde o projeto foi desenvolvido localiza-se na periferia. A discussão da cultura afro-brasileira na periferia necessita de uma atenção especial e foi por esse motivo que foram desenvolvidas aulas dialogadas, com o uso de vídeos humorísticos, notícias e outras diversas ferramentas a fim de não tornar a vivência na sala de aula outro momento de tensão ou um momento não prazeroso. Essas ferramentas tinham por objetivo a compreensão de questões vivenciadas pelos sujeitos negros no Brasil a fim de, em um momento posterior, fazermos dessas informações uma música. A partir das práticas mencionadas, evidencia-se, primeiramente, a compreensão das questões metodológicas e, posteriormente, a percepção da existência e da necessidade de se combater o racismo. Vale salientar que, diante dessas práticas, os alunos percebem e tomam cuidados que antes não tomavam e, assim, crescem como educandos e se apropriam do conhecimento de forma descontraída. As ferramentas utilizadas sempre geravam longos debates, de forma que os alunos pudessem fazer anotações. Algumas ferramentas, como, por exemplo, as notícias, serviram de auxílio para debatermos aspectos mais metodológicos. Ao final do projeto, os alunos desenvolveram uma paródia, gravaram-na pelo aparelho celular e a disponibilizaram. São evidenciados, na música, diversos trechos baseados em notícias, vídeos e slides utilizados como ferramentas didáticas; há, também, trechos que apontam relatos pessoais de alunos, realizados em outros encontros. A partir desses resultados, pode-se afirmar que este projeto foi concluído com sucesso.

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