UTILIZAÇÃO DA EXPERIMENTAÇÃO PARA ILUSTRAR O MARCO HISTÓRICO DA ALQUIMIA

Ana Lucia Becker Rohlfes, Nadia de Monte Baccar, Mireila Behling, Wolmar Alipio Severo Filho

Resumo


A Química vem se desenvolvendo intensamente com o passar dos anos. Essa evolução tem como marco histórico a dedicação dos químicos de outrora, curiosos então denominados alquimistas. O surgimento do fogo foi fundamental e a instrumentação da cozinha também. Os dois alavancaram a exploração de inúmeros fenômenos que ocorriam sem a devida explicação científica. A Química do cotidiano passou despercebida por milhares de anos, sendo sua compreensão um processo moroso e desafiador. Este trabalho teve como objetivo demostrar, através de uma experiência, como tudo teve início na Química, denominada na época como Alquimia. Esta combinava Química, Física, Astrologia, Filosofia, Arte, Metalurgia, Medicina, misticismo e religião. As principais finalidades da Alquimia eram: transformar metais como mercúrio e chumbo em outros mais nobres, como ouro ou prata; preparar o “elixir da longa vida”, uma panacéia que curava todos os males e desenvolveria a “eterna juventude”; conseguir transformar o espiritual do alquimista, de homem deprimido em criatura perfeita. Muitos alquimistas, durante a Idade Média foram acusados de ter pacto com o demônio e por este motivo foram presos, excomungados e queimados vivos na fogueira pela Inquisição da Igreja Católica. Além disto, os manuscritos dos alquimistas foram feitos de forma incompreensível para os que não a conhecessem ficassem alheios a este conhecimento. Algumas de suas descobertas são usadas até hoje, como a fabricação de sabão, técnicas como a destilação, a descoberta de novos metais, entre outras substâncias. Para ilustrar esse marco histórico do início da Química, foi realizada uma aula experimental demonstrativa, consistindo na “transformação” hipotética de cobre em prata e prata em ouro. A prática foi aplicada através do PIBID Química na escola Willy Carlos Fröhlich de Santa Cruz do Sul, nas turmas de primeiros anos do ensino médio. O procedimento foi realizado no laboratório de Ciências da escola, onde foi preparado 2 mL de uma solução de hidróxido de sódio (3 mol.L-1) e aquecida juntamente com 2 g de zinco metálico (Zn) até o ponto de evaporação da mistura. Na mistura introduziu-se uma moeda de cobre (Cu) de 5 centavos, previamente limpa com solução de ácido acético (CH3COOH) a 4%, vinagre. Após alguns minutos a moeda adquiriu coloração prateada. Retirou-se a moeda da mistura e lavou-se sob água corrente. Finalizando, levou-se a moeda sobre chama com auxílio de bico de Bunsen até o surgimento da coloração dourada. A partir desta prática pôde-se exemplificar a busca incansável de nossos ancestrais científicos pelo ouro, filosofia equivocada dos alquimistas. O experimento permitiu demonstrar transformações que ocorreram durante o procedimento. A coloração prata que surgiu na moeda, que na verdade trata-se de uma deposição de zinco, já o aquecimento da moeda sob a chama, levando a coloração dourada, que origina uma liga metálica entre zinco e cobre conhecida como “ouro dos tolos”, o latão. Em síntese, o experimento e as explicações dão conta de eventos que edificaram a História da Química e a importância dos alquimistas que mesmo não sendo considerados cientistas, forneceram contribuições valiosas para esta ciência, muitos sacrificaram suas próprias vidas.

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