CONTINÊNCIA ANAL: ESTUDO DE CASO

Júlia Cabral Gassen, Laura Inês Kist, Kamila Mohammad Kamal Mansour, Barbara Hellen Pereira, Tânia Cristina Malezan Fleig

Resumo


A International Continence Society define incontinência anal (IA) como qualquer perda involuntária de fezes ou gases, em local inadequado e em qualquer faixa etária. A musculatura do assoalho pélvico é responsável pelo mecanismo de continência esfincteriana e para que o mesmo tenha um bom funcionamento necessita estar fortalecido. A perda do controle voluntário na eliminação de fezes causa desgaste psicológico na pessoa, pois muda seus hábitos sociais, isolando-se para evitar constrangimentos. A contração adequada dos Músculos do Assoalho Pélvico (MAPs), especialmente o músculo elevador do ânus, tem sido uma forma eficiente de tratar as pessoas com acometimento na continência e controle esfincteriano. Neste estudo foi avaliada a continência de uma pessoa participante do Programa Domiciliar de Reabilitação Respiratória, antes e após 8 semanas de exercícios associados à educação para percepção do assoalho pélvico. Realizou-se um estudo de caso de pessoa acometida por incontinência anal autorreferida, sendo registrado por 02 instrumentos de avaliação, o questionário Fecal Incontinence Quality of Life (FIQL), composto por 29 questões distribuídas em 4 domínios: estilo de vida, comportamento, depressão e constrangimento, observado o escore de 1 a 4, com exceção das questões 1 e 4 que variam de 1 a 5 e 1 a 6, respectivamente, quanto maior a pontuação melhor a continência. E o Cleveland Clinic Incontinence Score (CCIS), que avalia o Índice de incontinência através da somatória dos pontos, o escore de: 0 – continência perfeita; 1-7 – incontinência leve; 8-14 – incontinência moderada e 15-20 – incontinência grave. As sessões de exercícios ocorreram na frequência de duas vezes na semana, através de contrações perineais, exercícios de fortalecimento da musculatura adutora de membros inferiores utilizando bola 10, sendo a paciente instruída a contrair a musculatura abdominal e os MAPs. O questionário FIQL teve escore de 74 pontos e o CCIS 06 pontos, demonstrando grau de incontinência leve. Após a intervenção, o FIQL teve um escore de 107 pontos e o CCIS 01 ponto, demonstrando continência perfeita e resultando em melhora na qualidade de vida da participante refletido nos quatro domínios do questionário. O exercício de contrações dos MAPs demonstrou ser eficaz para a melhora do quadro da continência e da qualidade de vida da mesma. Houve melhora na continência da participante tendo a mesma referido segurança para a participação social e lazer. Os questionários mostraram-se eficazes e completos, registrando todas as queixas relatadas pela participante.


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