ANÁLISE DOS ÍNDICES DE ADESÃO À IMUNIZAÇÃO CONTRA O HPV NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL - RS: UM ESTUDO DO PET GRADUASUS

Jackson Caldas Wittmann, Felipe Barbosa Busnello, Thairine Karina Schiefelbein, Natália Rocha de Morais, Bruno Furini Puton, Júlia Wernz Roos, Raquel Emmel Lopes, Luciana Ruschel de Alcântara, Simone Werlang, Suzane Beatriz Frantz Krug

Resumo


Atualmente, a infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) é considerada a infecção sexualmente transmissível com maior prevalência em todo o mundo. Associado ao câncer cervical, o HPV é um importante problema de saúde pública, pois é um dos principais responsáveis pelas mortes do sexo feminino, depois do câncer de mama. Sabe-se que a vacinação é um método eficaz e de relevante custo-benefício para se combater uma doença de etiologia infecciosa. Dessa forma, em 2006, foi aprovada para comercialização a vacina quadrivalente como agente imunizador contra o HPV; na rede pública entrou no calendário como rotina em 2014 e no município de Santa Cruz do Sul - RS, a imunização iniciou em março deste mesmo ano. O objetivo foi analisar e refletir sobre os índices de adesão à imunização contra o HPV no município de Santa Cruz do Sul - RS. O desenvolvimento do estudo foi realizado por meio de busca no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), sob supervisão da coordenadora do Programa de Imunizações do município de Santa Cruz do Sul, em atividade do PET GraduaSUS. Também foi realizada busca de artigos em bases de dados eletrônicas: Bireme, Scielo, PubMed, nos idiomas português e inglês, com os descritores HPV, papiloma vírus humano, infecções pelo HPV e vacina do HPV. Após a fase de busca de dados, os índices de adesão foram analisados à luz do referencial teórico encontrado. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada dez pessoas estão infectadas pelo HPV, sendo detectados 500 mil novos casos de câncer cervical por ano no mundo. Aproximadamente, 70% destes novos casos são observados em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, sendo que cerca de 231 mil mulheres acabarão evoluindo para morte em decorrência de câncer cervical invasivo. No Brasil, esses dados caem para, em média, 15 mil novos casos por ano. Diante disso, menos de 15% da população feminina está envolvida em algum programa de prevenção do câncer de colo de útero, o que pode explicar, em parte, a alta taxa de incidência dessa patologia no país. No estado do Rio Grande do Sul, 870 novos casos de câncer cervical foram estimados em 2016; em Santa Cruz do Sul, não foram obtidos registros dessa neoplasia neste estudo. No município, assim como na maioria dos municípios brasileiros, a adesão à vacinação contra o HPV não atingiu a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde (80%). Em 2017, até junho, foram dispensadas pela Vigilância em Saúde, 1.195 doses da vacina; em cálculos gerais, o ideal, para alcançar 80% de cobertura, seria a dispensação de 1.750 doses, dispondo 2.188 como número total. Dessa forma, até junho de 2017 a cobertura foi de 54%, correspondente às meninas de 9 a 13 anos. Há resistência da população em aderir à imunização contra o HPV, o que pode estar relacionado ao tabu envolvendo o início da atividade sexual das meninas e meninos, alvos da vacinação, bem como a falta de envolvimento dos pais em informar aos adolescentes sobre a importância dessa imunização. Vale ressaltar a necessidade de que estudos voltados ao custo-efetividade da ação sejam realizados no contexto nacional. Assim, a promoção de medidas profiláticas ao HPV cria boas perspectivas para o incremento dos índices de adesão à vacinação contra o HPV, além de trazer considerável benefício à qualidade de vida da população.


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