VICOM: RELATOS DE EXPERIÊNCIA

Iuri Azeredo, Kawely Chaves Messones, Fernanda Pellicioli, Carina Ferreira dos Santos, Luana Raiter Zucuni, Karla Gomes Nunes

Resumo


Pertencente à Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), o projeto de extensão Vivência de Imersão Comunitária (VICOM), fundamenta-se na aproximação com as comunidades, possibilitando a troca de experiências e o entendimento das demandas sociais. Em maio de 2016, iniciou a segunda edição do VICOM, onde o período de imersão ocorreu em uma comunidade rural do município de Montenegro (RS), entre os dias 10 e 19 de dezembro. O objetivo do projeto foi transpor o espaço formal do cotidiano acadêmico, propondo aos estudantes viverem experiências em comum com os moradores de uma localidade interiorana. No caso, a comunidade de Fortaleza constituiu-se o foco da imersão, pautada na formação para a cidadania e o desenvolvimento comunitário, por meio de ações colaborativas entre a equipe da UNISC e os moradores. Houve também a parceria entre o campus da universidade em Montenegro, o que contribuiu para a interlocução com o poder público municipal, além de acesso aos meios de comunicação e contato com outras instituições vinculadas às áreas da saúde, educação e assistência social. O projeto tem como base o Projeto Rondon, o Programa Universidade Solidária, o VER-SUS e, especialmente, a experiência piloto realizada entre os anos de 2014 e 2015, no município de Itati (TOEBE et al., 2015). São ainda norteadores do VICOM a intersecção entre o protagonismo acadêmico e a parceria com a Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (EFASC), instituição que integra em seus processos de ensino e aprendizagem a realidade dos estudantes oriundos do campo e suas comunidades. Assim, a segunda edição do VICOM constrói-se tendo como norteadoras as experiências que o precederam, aliado a visitas e demais momentos de preparação da equipe nos meses de maio a dezembro de 2016; de modo mais intenso, durante o período de imersão, com a participação dos dois coordenadores do projeto, doze acadêmicos da UNISC e dois egressos da EFASC, junto aos moradores de Fortaleza. A “intervenção pela convivência” foi o princípio metodológico que norteou o percurso do projeto. Os estudos realizados sobre a etnografia (VÍCTORA, 2000) e a observação participante (ANGROSINO, 2009) foram significativos para produzir uma relação o mais horizontal possível com os moradores. Na relação com a comunidade no período de imersão, o foco esteve no aprofundamento das relações e entendimento de características da população local e suas demandas, desencadeando espaços de convivência e lazer, integrando a equipe da universidade e a comunidade de Fortaleza. Estes espaços referem-se às visitas domiciliares, atividades e conversas diárias com os moradores, onde surgiram oportunidades como o resgate e amostra de fotografias significativas na vida comunitária local. Desta forma, também se verificou a importância da montagem compartilhada do cronograma de atividades, as dinâmicas na escola e os momentos de reflexão sobre fragilidades e potencialidades da comunidade. Os resultados obtidos podem ser compreendidos em três esferas: a da interação interna entre as pessoas da equipe do projeto, a interação da equipe com a comunidade de Fortaleza e a interação entre os moradores da comunidade, desencadeando experiências impactantes na vida de todos os envolvidos. A ampliação de interlocuções para além do espaço acadêmico e de sala de aula, como ocorre no VICOM, proporciona a articulação de ações colaborativas mais identificadas e comprometidas com um território e com as pessoas que nele fazem suas vidas.


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