O BRINCAR E O NEURODESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Patrik Nepomuceno, Barbara Hellen Pereira, Bruna Taís Ferreira, Luiza Muller Schmidt, Valeria Neves Kroeff Mayer

Resumo


As brincadeiras são um modo surpreendente de aprendizagem e integração, por essa razão contribuem diretamente e indiretamente para o desenvolvimento infantil. O brincar é, em sua essência, lúdico, terapêutico e pedagógico, uma vez que, quando imersa no universo brincante, a criança coloca-se numa disposição corporal afetiva que lhe oportuniza o sentimento de bem-estar, ou lhe dá condição para elaborar e resolver situações que, muitas vezes, ainda não consegue fazer de modo analítico, como faz o adulto.Toda experiência produz aprendizados múltiplos em distintos âmbitos do viver. O brincar, seja ele individual ou coletivo, com amigos reais ou imaginários, livre ou no jogo de regras, promove (con)vivências que oportunizam esses múltiplos aprendizados. O brinquedo é, segundo Wajskop, um objeto a partir do qual podem decorrer ações lúdicas. Os brinquedos ampliam a imaginação e isso é que faz deles objetos especiais. Esses objetos trazem em si um conjunto de imagens e possibilidades que convidam as crianças a brincar e que estão associados a um contexto cultural específico, que é (ou deveria ser) o universo da infância. A brincadeira terapêutica, por sua vez, engloba atividades direcionadas por profissionais para promover o bem-estar físico e emocional da criança ao experimentar uma situação de vida incomum à sua idade. Neste trabalho apresentamos dois recursos potencialmente favoráveis para a terapêutica sensório motora de crianças com Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) atípico, são eles: o Tapete e a Caixa Sensorial. O objetivo é pesquisar recursos lúdicos que possam ser utilizados na condução da abordagem fisioterapêutica com crianças com DNPM atípico. A presente pesquisa foi realizada durante a disciplina de Fisioterapia Neuropediátrica, do curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul, em maio de 2017. Para tanto, foi realizada uma pesquisa sobre brinquedos e brincadeiras que pudessem ser utilizados como elementos terapêuticos na clínica fisioterapêutica, bem como a análise de quais objetivos terapêuticos cada elemento proposto atenderia. Duas proposições apresentadas foram: o Tapete e a Caixa Sensorial. O Tapete Sensorial promove a integração entre estímulos sensoriais e motores, estimula a coordenação viso motora, contribui para a qualidade do sentar, da postura de gatas, do engatinhar e da marcha, uma vez que interfere nas reações de balance e de percepção do corpo no espaço. A Caixa Sensorial, por sua vez, também favorece a integração entre estímulos sensoriais e motores, estimula a coordenação viso motora, bem como a sensibilidade superficial e profunda, melhora a percepção tátil e a motricidade fina, amplia a criatividade e melhora a atenção focal. Concluímos que brinquedos e brincadeiras, quando utilizados de modo intencional e coerente, produzem efeitos terapêuticos, favorecendo aspectos sensoriais e motores. Também despertam o interesse da criança e aguçam sua curiosidade, contribuindo para uma melhor aproximação entre a criança e a terapêutica proposta.


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