CONHECIMENTO E PERCEPÇÃO DA TUBERCULOSE (TB) EM ACADÊMICOS DA ÁREA DA SAÚDE EM UM MUNICÍPIO DO SUL DO PAÍS.

Maria Eduarda Gunther Oliveira Drumm, Cassiandra Sampaio Joaquim, Augusto Ferreira Weber, Lia Gonçalves Possuelo

Resumo


A Tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa milenar a qual perdura como grave problema de saúde mundial. De acordo com o relatório anual da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015, houve 1.4 milhões de mortes por tuberculose, tratando-se de um número significativo para uma patologia que tem cura. Sabe-se, no entanto, que não há divulgação adequada sobre a TB para a população, nem mesmo para profissionais da saúde. Dessa forma, a falta de conhecimento sobre a TB, especialmente entre acadêmicos e profissionais da saúde, dificulta a eficácia das políticas públicas. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar o conhecimento e a percepção sobre a tuberculose em estudantes de cursos superiores da área da saúde, no município de Santa Cruz do Sul. Os dados foram coletados a partir de um questionário, aplicado no mês de março de 2017, como parte das atividades da VII Semana Municipal de Combate à TB nos cursos de Medicina, Odontologia, Farmácia, Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia, desde o 1° semestre até o 10° semestre. As variáveis estudadas foram as seguintes: sexo, idade, curso, noções de sintomatologia, como tosse crônica há mais de três semanas, febre vespertina, anorexia, dispneia e possível hemoptise, agente causador, formas de transmissão, grupos vulneráveis, bem como o conhecimento epidemiológico (número da população infectada) da doença em nível nacional. A amostra total foi de 546 alunos que participaram do estudo. Houve predomínio de estudantes do sexo feminino (78,9%). 63,6% afirmaram conhecer a sintomatologia, mas apenas 29,3% possuíam real conhecimento dos sintomas relacionados à enfermidade. Ainda, 45,1% afirmaram conhecer o agente causador, bem como o predomínio de forma de contágio por vias aéreas (72,2%). Quando questionados sobre os grupos vulneráveis à infecção, 76,7% responderam que qualquer indivíduo pode ser contaminado; enquanto 9,2% relacionaram apenas a exposição aos infectados. Em relação a outras formas de tuberculose (TB extrapulmonar), 78,8% dos alunos afirmaram desconhecer essa forma de manifestação. Por fim, ressalta-se que 81% dos entrevistados não estão cientes do perfil epidemiológico da doença a nível nacional.  O presente estudo permitiu identificar a falta de conhecimento sobre a tuberculose, evidenciando o despreparo para o manejo da enfermidade pelos futuros profissionais da saúde. Nesse sentido, o desconhecimento acaba propiciando diagnósticos e tratamentos equivocados, perdurando o quadro epidêmico da TB. 


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