FISIOTERAPIA AQUÁTICA NA AMPUTAÇÃO TRANSTIBIAL POR DIABETES MELLITUS TIPO II: UM RELATO DE CASO

Lediane Vargas, Leticia Luzia dos Santos Fernandes, Patricia Oliveira Roveda

Resumo


A diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica que afeta a vida da população, sendo a primeira causa de amputação de membros inferiores (MMII) e a principal causa de internações hospitalares. Amputação é a retirada parcial ou total de um membro, que leva o paciente a desenvolver limitações. Assim, o fisioterapeuta tem importante papel em todo o processo de reabilitação e reeducação funcional. A fisioterapia aquática (FA) é uma especialidade da fisioterapia, que utiliza a água aquecida como meio de tratamento e de promoção de saúde. Na água ocorre reaprendizagem postural, sensorial e motora, os princípios térmicos, físicos e fisiológicos produzem respostas específicas, que, associadas às condutas do fisioterapeuta, produzem excelentes efeitos ao paciente. Objetiva-se apresentar o planejamento de uma proposta terapêutica e a condução da sessão na prática da disciplina de férias de fisioterapia aquática em um paciente amputado transtibial. Trata-se de um estudo de caso de paciente atendido na Clínica Fisiounisc, durante a disciplina de férias de FA, sexo masculino, 61 anos de idade, motorista profissional, fumante há 45 anos com diagnóstico de diabetes mellitus tipo II há 4 meses. Pelas complicações neuropáticas, em março de 2017, foi submetido a cirurgia de amputação transtibial no membro inferior direito (MID) e iniciou fisioterapia duas vezes por semana, 20 dias após a cirurgia. Na avaliação cinesiológica-funcional um dos achados foi hipotonia de quadríceps, bilateralmente. Ao chegar para atendimento no dia 21 de julho de 2017 não relatou dor e nenhuma queixa específica, porém expôs que diariamente apresentava sensação fantasma no coto e se constatou importante edema em todo o corpo. A partir do quadro e história traçou-se como objetivos fisioterapêuticos: melhorar a amplitude de movimento da articulação do quadril, auxiliar na reeducação funcional, aumentar o trofismo de MMII, fortalecer quadríceps pela hipotonia e fraqueza (bilateralmente) e a musculatura de membros superiores (MMSS) pelo uso do andador, além de prevenir e/ou aprimorar a função respiratória. A sessão na água foi composta por aquecimento de MMII através de marcha com auxílio de andador de PVC e movimentação ativa livre, movimentos ativos de MMSS com halteres flutuadores; alongamentos passivos de MIE e do MID (especialmente os flexores); mobilizações passivas de MID (extensão de quadril); exercícios isométricos de agachamento; relaxamento na coluna cervical através de massoterapia e drenagem nos MMII. Algumas das propostas que foram previamente selecionadas não puderam ser realizadas, pois o paciente não tinha uma boa adaptação ao meio líquido e apresentava dificuldades no equilíbrio, dificultando assim as transferências e entrada na piscina. Ao final do atendimento negou a presença de qualquer dor ou desconforto. A partir da vivência conseguimos observar o quão importante a FA é para o paciente que apresenta problemas circulatórios, visto que os benefícios já iniciam desde a imersão, devido à pressão hidrostática, melhorando o retorno venoso e linfático, favorecendo a redução de edemas e como o nível de adaptação à água influencia no desempenho na sessão. Conclui-se que o atendimento de pacientes durante a disciplina de FA enriquece a prática da formação acadêmica, propiciando experiências inovadoras e preparando melhor para os Estágios Supervisionados em Fisioterapia.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.