ÓLEOS ESSENCIAIS COMO UMA FERRAMENTA POTENCIAL E NATURAL PARA TRATAR A QUEDA DE CABELOS.

Jéssica Hermes, Simone Faller, Tatiele Katzer

Resumo


A perda de cabelo é uma condição angustiante e que está relacionada a várias influências naturais, nutricionais, estresse e doenças. Os únicos produtos licenciados pela órgão sanitário americano (Food and Drug Administration) para o tratamento de queda capilar são a finasterida por via oral (apenas para homens) e o minoxidil por via tópica (para homens e mulheres). No Brasil, além desses, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o uso do 17-alfa-estradiol por via tópica (para homens e mulheres). No entanto, essas medicações apresentam limitação de eficácia e diversos efeitos colaterais. Desde os primórdios, os homens buscam recursos naturais para melhorar suas próprias condições de vida e os derivados botânicos, como os óleos essenciais, merecem destaque. Óleos essenciais são compostos secundários produzidos pelas plantas para que elas sobrevivam na natureza, servindo como proteção e defesa ao repelirem microorganismos, insetos e animais ou atraindo polinizadores para disseminação da espécie. Porém, para evoluirmos do uso empírico à evidência farmacológica de eficácia e segurança há um longo caminho a percorrer. Assim, busca-se investigar na literatura científica evidências da eficácia de óleos essenciais para estimular o crescimento capilar. Pesquisou-se artigos nas bases de dados da Capes, Pub Med e Scielo utilizando os termos “essential oil”, “hair loss”, “hair growth”, “alopecia”. Foram utilizados 16 artigos para elaborar esta revisão, datados entre 1998 e 2015. Os estudos de avaliação de eficácia de óleos essenciais foram realizados, em sua maioria, in vivo, em humanos e roedores (ratos e/ou camundongos). Suas ações farmacológicas e terapêuticas estão relacionadas a sua composição complexa, com ação sinérgica entre os componentes presentes em quantidades distintas. Os óleos essenciais cujo efeito estimulatório do crescimento capilar foi avaliado são Thymus vulgaris, Rosmarinus officinalis, Lavandula agustifolia Ocimum gratissimum, Zizyphus jujuba, Mentha piperita, Murraya koenigii, Trigonella foenum graecum, Nigella sativa, Salvia officinalis e Salvia sclarea, Pogostemon patchouli, Cananga odorata, Myrtus comunis e Laurus nobilis. Dentre esses, destacam-se os óleos essenciais de Rosmarinus officinalis e Nigella sativa, cujo efeito de estímulo ao crescimento capilar (aumento da densidade e espessura) foi avaliado através de ensaios clínicos com humanos. O óleo essencial de Rosmarinus officinalis apresentou eficácia comparável a do minoxidil, após 90 dias de uso. Os mecanismos de ação que explicam o estímulo de crescimento do cabelo com o uso de óleos essenciais ainda não foram elucidados. No entanto, as suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antimicrobianas e vasodilatadoras foram sugeridas e ressaltadas. Os resultados encontrados no presente estudo demonstram o potencial dos óleos essenciais para o estímulo do crescimento capilar. É notável o avanço e o crescente número de publicações nos últimos anos, bem como a demonstração das propriedades dos óleos essenciais. Há, porém, necessidade de mais estudos clínicos duplo-cegos, randomizados e controlados por placebo.

Palavras-chave: Óleo Essencial; Cabelo; Alopecia


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