ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM DERMATOSES OCUPACIONAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

Brenda Raddatz de Oliveira, Suzane Beatriz Frantz Krug

Resumo


As dermatoses ocupacionais são alterações da pele, seus anexos e mucosas, provocadas ou agravadas no ambiente de trabalho. O objetivo do estudo foi ampliar conhecimentos teórico-científicos sobre a doença, de forma a contribuir para a qualificação da assistência de enfermagem a trabalhadores acometidos por este agravo à saúde. Metodologicamente, trata-se de um estudo bibliográfico, desenvolvido na disciplina de Enfermagem na Atenção à Saúde do Trabalhador, no ano de 2017, no curso de Enfermagem da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC. A busca de dados se deu em livros e artigos científicos. Como resultados, identificou-se que as causas são variadas, podendo ser indiretas (fatores predisponentes), que incluem a idade, gênero, etnia, antecedentes mórbidos e dermatoses concomitantes e/ou diretas que, por sua vez, englobam agentes biológicos, físicos e químicos. Os sinais e sintomas variam de acordo com o tipo de dermatose; os mais comuns a todas elas são a modificação da cor da pele, alterações vasculares e na pigmentação sanguínea, lesões sólidas, lesões com conteúdo líquido, lesões por solução de continuidade, lesões caducas e sequelas. A fisiopatologia, geralmente, está direcionada aos processos inflamatórios, o que acontece com as afecções mais comuns, por exemplo, as dermatites de contato irritativas. Na dermatite alérgica de contato (DAC) está presente o processo de hipersensibilidade do tipo IV. Para o diagnóstico é necessária a realização de uma boa anamnese do local, exame físico no paciente e solicitação de exames complementares (histopatológico e teste de contato). O tratamento pode ser tópico ou sistêmico, dependendo novamente, do tipo de dermatose, além da extensão da área acometida e se houve infecções secundárias. Apesar de serem frequentes, as dermatoses ocupacionais geralmente não chegam às estatísticas, devendo-se ao fato de o indivíduo ter receio de perder seu emprego por não estar em perfeitas condições orgânicas ou por não possuir CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) emitida. Para prevenir a doença, é necessário que se avalie os ambientes de trabalho e função que cada indivíduo desempenha com o intuito de detectar riscos reais e potenciais que estes locais e atividades apresentam para propor medidas que visem minimizá-los. Portanto, a enfermagem assume um papel de suma importância para o cuidado deste trabalhador. O enfermeiro deve visitar o local de trabalho com o intuito de buscar as causas da dermatose, orientar e instigar o uso de equipamentos de proteção individual, estabelecer ou reforçar métodos para avaliar a saúde do trabalhador e diminuir riscos de acidentes, como palestras e consultas de enfermagem periódicas. Também se mostram adequadas medidas de assistência como o esclarecimento sobre a doença para o portador, solicitar o retorno às consultas para avaliação do estado de saúde, realizar curativo na(s) área(s) afetada(s) e verificar sua melhora ou piora, solicitar a não exposição da lesão a outros possíveis agentes causadores e que possam piorar a afecção e auxiliar o indivíduo, quando necessário, a elevar sua autoimagem e autoestima. Desse modo, é de relevância que o enfermeiro possua conhecimentos teórico-científicos sobre as dermatoses ocupacionais com o intuito de qualificar sua assistência ao portador deste agravo, além de buscar seus fatores causadores para preveni-las e assim promover a saúde do trabalhador.

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