ANÁLISE INSTITUCIONAL SOBRE O PROGRAMA UNIVERSIDADE DO ADULTO MAIOR (UNIAMA).

Diorginis Luis Fontoura da Rosa, Jeferson Diogo de Oliveira Santos , Hamanda Dal Molin Saccol, Karla Gomes Nunes

Resumo


Este trabalho é uma reflexão acerca da disciplina de Estágio Básico A – Processos Institucionais, do curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul, em que foi realizada uma análise institucional no Programa Universidade do Adulto Maior (UniAMa). Entende-se por análise institucional  um campo de produção de conhecimento e de intervenção sobre a realidade, teoria, política, estratégias, táticas e técnicas de uma das escolas mais conhecidas do Movimento Instituinte. Originária da Sociologia Ativa, sua denominação foi criada por Felix Guatari, mas também foi desenvolvida e representada por diversos outros autores. A análise institucional trabalha com todo tipo de organizações, estabelecimentos, movimentos e grupos. Os métodos utilizados para a realização da análise no programa foram observações, rodas de conversa, entrevistas e escutas, em oito encontros, realizados nas quartas-feiras, gerando assim uma compreensão maior do local escolhido para a prática. A partir disso, nosso estudo demonstrou que o UniAMa é visto como uma forma de lazer e integração por parte dos alunos, o que difere do discurso da gestão do NAC, em tornar o programa mais próximo de uma graduação acadêmica. Quando iniciamos a análise, víamos a gestão como um instituinte, através dos seus discursos e tentativas de mudanças, porém, com o decorrer do trabalho, essa visão inverteu-se, pois a tentativa de mudança era uma forma de transmitir o pensamento que já estava instituído nos profissionais coordenadores. Como uma ferramenta auxiliar no processo de devolução da análise para a coordenação do programa, foi proposta a realização de um fanzine, através do qual foi possível aos profissionais se encontrarem imersos em um processo de reencontro sobre o que pensam do UniAMa e como se enxergam dentro dele. E, com isso, pensar em quais os significados e sentimentos que ali se manifestam, potencializar o que já funciona e produzir novas condições e possibilidades, propiciando o espaço para a produção da autoanálise e da autogestão. Destarte, ao nos depararmos com a proximidade da conclusão da prática de estágio, tornaram-se visíveis as mudanças que ocorreram em nosso processo como um todo. Embora a análise se faça frente a uma demanda institucional, percebemos as implicações que nos transformaram, não diferenciando a prática curricular de nosso processo formador. A partir do momento em que entramos pela porta da sala 510 da UNISC, passamos a fazer parte do NAC e do UniAMa em seu processo de transformação. Ao refletirmos sobre nossa própria implicação, percebemos nosso envolvimento analítico dos vínculos – afetivos, profissionais, políticos e pessoais –com as instituições em análise e com o sistema institucional em sua totalidade. Simbolicamente, trazemos o símbolo mitológico do ourobouros – a serpente que morde a própria cauda – que representa a continuidade dos ciclos. Durante todo o processo de análise institucional, fomos a nossa própria serpente, percebendo a prática e o nosso papel enquanto analisadores como um ciclo que continua através do eco que seguirá ressoando através de nossa prática. Esse símbolo é ainda a constituição do UniAMa em seu processo cíclico de reformulações, transformações e ajustamento. Como a batida de um tambor, nossa prática se conclui com um forte eco, que persistirá ressoando enquanto houver espaço para que ele se propague além de uma prática curricular, transformando pessoas, vínculos, instituições e visões

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