AÇÕES EM SAÚDE: PERCEPÇÕES DAS ESTAGIÁRIAS ACERCA DE UM GRUPO DE APOIO AO FAMILIAR CUIDADOR

ANDRÉIA KAUFMANN DE OLIVEIRA FRITSCH, jerto cardoso da silva

Resumo


Este trabalho teve como objetivo uma das atividades obrigatórias do Estágio Integrado em Psicologia - Ações em Saúde – na qual relatamos sobre a experiência do Grupo de Apoio ao Familiar Cuidador, realizado no SIS – Serviço Integrado da Saúde – UNISC. O Grupo de Apoio ao Familiar Cuidador se constituiu a partir de uma iniciativa da enfermeira Gisele Rodrigues, funcionária do SIS, que durante os atendimentos domiciliares de pacientes acamados observou o quanto os cuidadores também necessitavam de cuidados. As atividades tiveram início no mês de setembro de 2016 até novembro de 2016, com duração de sete encontros. Inicialmente, com duração de uma hora (das 18h às 19h), após, sentiu se a necessidade de aumentar para duas horas o tempo de cada encontro. As idades dos participantes variavam de 40 a 67 anos, sendo composto inicialmente por quatro mulheres. No decorrer dos encontros, o número de participantes foi variando, tendo um encontro que nenhuma cuidadora compareceu. O motivo das faltas era, muitas vezes, a dificuldade de encontrar alguém com quem deixar o familiar acamado ou por ele estar internado no hospital. Em cada encontro, foi planejada uma atividade diferente, conforme a demanda emergida no grupo. Observou- se que a ansiedade devido ao estresse de ser cuidador estava muito presente nas participantes. A partir destes dados, pedimos para que cada uma das integrantes falasse um pouco sobre o seu dia a dia, para que pudéssemos entender de que forma acontece a organização da rotina de cada uma, visto que, muitas vezes, esta rotina pode estar potencializando os sintomas ansiosos. Ao longo dos encontros, o vínculo foi se estreitando e os participantes passaram a contribuir de forma mútua e, assim, fomos elaborando estratégias para que cada integrante pudesse lidar de forma mais saudável com sua ansiedade. A partir da percepção dos estagiários acerca daquilo que era mais relevante a ser trabalhado naquele momento com o grupo, buscou-se trabalhar os assuntos com as participantes. Segundo Karsch (2003), o cuidador não segue uma rotina completamente previsível no que diz respeito a estes cuidados físicos e emocionais, gerando muitas dificuldades em lidar com os sofrimentos dos idosos e seus próprios sofrimentos, sendo que nenhum cuidador está suficientemente preparado. Por fim, ao finalizarmos o grupo, percebemos o quanto as práticas de estágio enriquecem nosso processo de formação, nos instigando a criar novas possibilidades de trabalho, ao mesmo tempo, auxiliando a instituição que nos recebe a promover ações em saúde. Tentamos estimular a expressão de sentimentos, deixando momentos para a fala e oferecendo acolhimento em relação às dificuldades relatadas. Confirmamos na prática aquilo que a teoria já apresenta acerca de grupo terapias, de que estes conseguem atingir resultados tão precisos e eficazes quanto os atendimentos de escuta individual. Percebemos isso na necessidade dos participantes falarem e serem ouvidos e, nesse sentido, estávamos sempre prontas para uma escuta atenta a cada relato. Percebeu-se que a troca de experiências, de saberes e a oportunidade de falar e ser escutado, somado a um entrosamento entre os indivíduos envolvidos foi fundamental para o fortalecimento de todos os membros, que apoiados pela força grupal, sentiram-se mais seguros para prosseguirem em suas vidas.


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