ESTUDO DE CASO ACERCA DAS PATOLOGIAS NA ARQUIBANCADA DO ESTÁDIO MUNICIPAL DE CACHOEIRA DO SUL.

Leonardo Azevedo Massulo, Gabriel Hauschild, Arthur Baumhardt Guidoti

Resumo


Diversas podem ser as patologias encontradas nas estruturas de concreto armado, assim como são diversas também as suas origens. No Estádio Joaquim Vidal, em Cachoeira do Sul/RS, são diversas as manifestações patológicas presentes na arquibancada norte, as quais culminaram na interdição do estádio no ano de 2009. Para avaliar os danos presentes na estrutura, buscou-se primeiramente realizar a sintomatologia, através de ensaios visuais da estrutura, bem como a anamnese, para posteriormente realizar o diagnóstico e o prognóstico. Através da inspeção visual foi possível constatar patologias em dois pilares da estrutura, em lajes e em uma viga, bem como diversas fissuras nas alvenarias. Não há informações disponíveis referentes à construção do estádio, apenas que o mesmo possui mais de 70 anos e que o uso do cascalho/seixo rolado como agregado graúdo era comum na região de Cachoeira do Sul na década de 30. Através das vistorias realizadas no local constatou-se que os pilares apresentam alto grau de corrosão nas armaduras longitudinais, e que os mesmos não apresentam armadura transversal (estribos). As lajes apresentam manchas esbranquiçadas e falta de juntas de dilatação. A viga apresenta armaduras longitudinais e transversais corroídas. Diante ao exposto, recomenda-se a demolição dos pilares existentes e a elaboração de um novo projeto por um engenheiro calculista, o qual deve também verificar a capacidade de carga das fundações existentes. Além disso, recomenda-se o escoramento da estrutura da viga, para executar a retirada de todo o cobrimento de concreto do elemento, até alcançar a armadura longitudinal, a qual deve ter a corrosão removida através do lixamento manual. Caso a perda de diâmetro por corrosão seja maior do que 10%, deve-se adicionar aço ao elemento e posteriormente lançar graute tixotrópico para o recobrimento do aço. Ademais, nas lajes, deve-se executar as juntas de forma a evitar fissuras causadas pela dilatação térmica da estrutura, além de retirar todo o cobrimento de concreto do elemento até alcançar a armadura longitudinal, realizando o mesmo procedimento sugerido para a viga no caso de corrosão das armaduras. A partir da análise das fissuras verificadas na estrutura, somado ao desplacamento do concreto e à corrosão da armadura, recomenda-se que sejam adotadas medidas emergenciais, pois a estrutura apresenta risco de desabamento e, consequentemente, à segurança de pessoas. Além disso, conclui-se que os males presentes na estrutura são provavelmente congênitos e adquiridos, pois são um somatório de erros de projeto e execução com males causados pela falta de manutenção da estrutura. Diante disso, destaca-se que a importância da manutenção predial, da limpeza e proteção da estrutura, as quais não foram levadas em consideração nesse caso, comprometendo a estrutura e fazendo com que os problemas ganhassem maiores proporções.

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