Considerado como uma alternativa terapêutica eficaz e, muitas vezes, única, a doação de medula óssea é de suma importância para o reestabelecimento do quadro clínico de pacientes acometidos por patologias de ordem hematopoiética. A realização da coleta de medula é um procedimento mais complexo e invasivo se comparado a doação sanguínea, já que consiste na coleta de sangue do interior de estruturas ósseas, preferencialmente, do esterno, fêmur ou ísquio. Ademais, essa coleta intraóssea só é realizada se o indivíduo for compatível com seu receptor. A compatibilidade genética entre o doador e o paciente que necessita da medula é de fundamental importância para o sucesso do tratamento. O doador precisa ter antígenos leucocitários de histocompatibilidade (HLA) compatíveis com seu receptor, o que ocorre em apenas 25% a 30% dos casos. Quando os componentes do núcleo familiar são incompatíveis, faz-se necessário buscar doadores voluntários, dessa forma, a melhor estratégia está em procurar indivíduos que estejam inseridos no Cadastro Nacional de Medula Óssea, no Registro Nacional de Doadores – REDOME. Uma das maneiras de incentivar os indivíduos a fazerem parte do REDOME são a partir de campanhas desenvolvidas por entidades de saúde e bancos de sangue (hemocentros), que possuem o intuito de obterem novas amostras e, consequentemente, novos doadores. Relatar a experiência de participação em uma campanha de cadastramento voluntário realizada para a ampliação das amostras sanguíneas no REDOME. Relato de experiência, de cunho descritivo e quantitativo, o qual foi realizado a partir do número de cadastros preenchidos durante uma campanha realizada pela Associação de apoio a pessoas com câncer de Santa Cruz do Sul (AAPECAN – SCS), juntamente com o Hemocentro Regional de Santa Maria e Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), com a finalidade de aumentar o número de amostras no banco REDOME e, posteriormente, encontrar doadores compatíveis para uma jovem portadora de leucemia residente na cidade de SCS. A campanha ocorreu nos turnos manhã e tarde no dia 16 de junho e foi intitulada “Você já pensou em ser um Super-Herói? ”. Durante o dia, foram realizados 173 cadastros, sendo que 121 dos participantes eram do sexo feminino e 52 do sexo masculino, o que indica prevalência feminina de 70% nas amostras. Durante os cadastros, os indivíduos eram orientados sobre a posterior amostra sanguínea que seria coletada. Dentre os profissionais de saúde envolvidos na campanha, estavam duas pessoas do hemocentro, cinco enfermeiras que coletaram as amostras e cinco acadêmicas da UNISC, totalizando 12 voluntários. A realização de campanhas como essa permitem uma maior variedade nas amostras no Registro Nacional de Doadores, bem como, possibilita aos pacientes que precisam do transplante novas chances de cura. Aos que aderiram à campanha, além de fazerem uma boa ação, ainda acabam por entender mais sobre a busca por doadores e a dificuldade em encontrar indivíduos que sejam compatíveis.