LEVANTAMENTO DE SINTOMÁTICOS RESPIRATÓRIOS NO PRESÍDIO REGIONAL DE SANTA CRUZ DO SUL

Cassiandra Sampaio Joaquim, Letícia Fagundes Fonseca, Janaína Corrêa, Chana de Medeiros da Silva, Lisone Muller Morsch, Lia Gonçalves Possuelo

Resumo


A extensão universitária visa integrar o ensino-serviço, assegurando uma abordagem integral do processo saúde-doença com ênfase na Atenção Básica, realizando atividades de promoção da saúde e de educação permanente. Tem o objetivo de aproximar ensino-serviço, a academia e os serviços públicos. Este estudo foi realizado por uma bolsista do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde, PRÓSAÚDE e acadêmica do curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, em conjunto com os profissionais da Unidade de Saúde Prisional do Presídio Regional de Santa Cruz do Sul (PRSCS). Tem como objetivo buscar sintomáticos respiratórios entre as pessoas privadas de liberdade do PRSCS, visto que a elevada incidência de tuberculose nos presídios brasileiros é uma emergência de saúde pública e de direitos humanos que demanda ações mais efetivas de controle, tratamento e prevenção. Sendo assim, foi realizado um estudo de intervenção, através de um escore clínico sugerido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como estratégia de rastreamento inicial para detecção de casos de tuberculose em prisões. Este escore apresenta uma pontuação máxima de 7 (sete) pontos e considera como grupo de maior probabilidade clínica para doença ativa em indivíduos que apresentam pontuação maior ou igual a 5 (cinco) pontos. Todos os apenados que apresentarem score clínico superior a 5 (cinco) pontos serão avaliados quanto a presença do M. tuberculosis no escarro, através da pesquisa BAAR e da Baciloscopia. O levantamento dos sintomáticos respiratórios entre os apenados do PRSCS aconteceu durante o mês de maio. Foram entregues nas galerias A, B, C, D, na cozinha e no anexo feminino a tabela com o escore clínico para TB em prisões, para que respondessem sim ou não para os seguintes sintomas: tosse por mais de duas semanas, expectoração, dor torácica perda de peso (nos últimos 3 meses) e inapetência (recente). Foram entregues em torno de 320 tabelas, das quais retornaram 253 (79%), destes, 53 (21%) apresentaram pontuação maior ou igual a 5 (cinco) pontos. As coletas do escarro foram realizadas semanalmente, durante 4 (quatro) semanas entre os meses de junho e julho. Dos 53 apenados que pontuaram 5 (cinco) ou mais pontos no escore clínico, 9 (17%), saíram em liberdade durante a realização das coletas e não realizaram o exame do escarro, totalizando 44 apenados que foram submetidos à avaliação, destes, 30 (68%) entregaram  as amostras de escarro para a realização de baciloscopia e cultura. Destes em 4 (13%) amostras não foi possível realizar o exame devido ao material (escarro) ser insuficiente para análise. Nenhum apenado investigado apresentou baciloscopia positiva e ainda aguardam-se os resultados da cultura para microbactéria, que pode levar até 60 dias. Sendo assim, conclui-se que, embora não tenham sido identificados casos de TB no PRSCS utilizando-se o score da OMS, é necessário manter as estratégias de prevenção e a busca sistemática de sintomáticos entre os apenados.


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