PROJETO ARQUITETURA E SAÚDE: UMA DÉCADA DE AÇÕES MULTIDISCIPLINARES

Eduarda da Silveira dos Santos, Daniela Reinicke, Bianca Luisa Morais, Israel Matheus Paulus da Silva, Rosane Jockins Backes, Patrícia Oliveira Roveda

Resumo


Neste ano o projeto de extensão da UNISC “Arquitetura e Saúde” comemora dez anos. Surgiu em 2008 através das necessidades apresentadas pela Associação Santa-Cruzense de Pessoas Portadoras de Deficiência Física (ASPEDE) ao Curso de Arquitetura e Urbanismo, entre as quais incluía planejar e desenvolver o projeto arquitetônico de uma sede para o atendimento e inclusão da pessoa com deficiência (PcD). A equipe do projeto é composta por professores e alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Fisioterapia. O principal objetivo sempre foi trabalhar na, com e para a comunidade local e regional, de modo a proporcionar autonomia e independência para as PcD's e pessoas em situação de vulnerabilidade social, em prol de qualidade de vida (QV). A promoção da acessibilidade arquitetônica é um dos marcos do projeto, mas não só ela, a acessibilidade atitudinal faz parte do cotidiano da equipe. Objetiva-se demonstrar a contribuição do projeto junto à comunidade nestes anos de atuação. Este estudo caracteriza-se por ser descritivo a partir dos relatórios e registros do projeto a respeito das ações efetivadas. Algumas das ações: diagnóstico de projetos para reformas residenciais (ambientes internos e externos), possibilitando lares acessíveis; projeto e reorganização de móveis para maior autonomia das PcD e familiares; projeto arquitetônico para entidades como ASPEDE, Complexo Casa-Lar Gideões e Asilo São Vicente de Paulo; projeto de móvel adaptado a estudante cadeirante da graduação da UNISC para práticas em laboratório; participação nos treinos da ASPEDE junto ao time de basquetebol em cadeira de rodas; participação em eventos esportivos pelo estado junto à ASPEDE; auxílio na organização da Copa Aspede de Basquetebol; atuação em eventos com grande diversidade de público, como os Jogos Inclusivos Municipais, Jogos Abertos de Surdos do RS e SESI Lazer Inclusivo; criação de folders informativos; doação de cadeira de rodas adaptada para basquetebol; doação de três cadeiras de rodas ao Asilo São Vicente de Paulo; estudos e projetos para banheiros acessíveis nas E. E. Alfredo José Kliemann, Colégio Ernesto Alves e E.E.Willy Carlos Frohlich; realização de atividades fisioterapêuticas junto aos idosos do Asilo; projeto de humanização de espaços do Hospital Santa Cruz; projeto de sinalização acessível e participação em oficinas inclusivas na Mercur; acompanhamento dos atletas em competições em outras cidades; parceria em movimentos inclusivos; organização de eventos institucionais com foco na acessibilidade. Conclui-se que a união de duas áreas, saúde e exatas, vem ao encontro das necessidades de pessoas que apresentam algum tipo de deficiência ou não, de modo que, o espaço é projetado para atender a necessidade da pessoa, rompendo com barreiras físicas, sociais, culturais que as impeçam de ter uma vida ativa, mais autonomia e possibilidade de reinserção social e laboral. Além disso, ressalta-se que não basta um ambiente físico acessível, o projeto também busca sensibilizar a comunidade a respeito da necessidade de eliminação de preconceitos de todos os tipos. Ao observar a trajetória do projeto é notável a importância para a comunidade beneficiada, trazendo melhorias para suas vidas e o quanto oportunizou de aprendizado e crescimento da equipe (bolsistas, docentes e gestores). Por fim, as ações acrescentam a formação acadêmica experiências humanizadoras ímpares que tornam os profissionais mais preparados para uma atuação humana e consciente.

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