PLANO DE PARTO E VINCULAÇÃO PRÉVIA DA GESTANTE AO SERVIÇO DE SAÚDE: ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO

Francieli Ester Muller, Luana Therezinha Castro, Luana Elanie Haas, Emanuella dos santos vargas, danusa giehl, Cassia fernanda Bauermann, guilherme mocelin, Maite da Silva Lima, Mari Angela Gaedke

Resumo


Dentre os quesitos abordados nos dez passos para o Pré-Natal de Qualidade instituídos pelo Ministério da Saúde, destacam-se a realização do Plano de Parto e vinculação prévia da gestante ao serviço de saúde. O Plano de Parto consiste em uma listagem de procedimentos elencados pela gestante que deverão ser honrados pelos profissionais na assistência ao decorrer do trabalho de parto, nascimento e cuidados com o recém-nascido. A visita da gestante à maternidade, sancionada através da Lei nº 11.634 em 27 de dezembro de 2007, especifica o direito de conhecimento e vinculação prévia da gestante à instituição de saúde onde receberá assistência no parto e puerpério. Assim, objetivou-se conhecer a realidade da elaboração de Plano de Parto e vinculação prévia das gestantes a um serviço de saúde de referência. Trata-se de um relato de experiência vivenciado na disciplina Enfermagem no Processo de Cuidar: Unidade de Clínica Obstétrica, do sexto semestre do Curso de Enfermagem da UNISC. O estudo envolveu puérperas internadas em uma unidade obstétrica de um Hospital Escola localizado no interior do estado do Rio Grande do Sul. A coleta de dados foi realizada no decorrer da aulas teórico-práticas, alicerçando-se em questões norteadoras. A amostra foi do tipo de conveniência e, como critérios de inclusão para a constituição desta, as participantes deveriam ser puérperas internadas em leito pelo SUS e responder à entrevista de forma voluntária. Como resultados, foram abordadas nove puérperas entre 16 e 35 anos de idade. No que diz respeito aos tipos de parto, foram efetuados quatro partos cesárea e cinco partos normais, variando entre 36 a 41 semanas a idade gestacional. Em relação ao Plano de Parto, nenhuma relatou ter sido orientada a elaborar o mesmo. Da mesma forma, nenhuma puérpera deslocou-se exclusivamente para visitação e conhecimento da maternidade do hospital. No entanto, três puérperas afirmaram já conhecer a unidade nas gestações anteriores e seis alegam não conhecer nenhum setor do hospital. Oito parturientes realizaram o Pré-Natal em serviços de saúde públicos e apenas uma realizou o acompanhamento gestacional na rede privada de saúde. A inexistência da vinculação prévia da gestante ao hospital pode ser resultante da falta de orientação e estímulo por parte dos profissionais da saúde envolvidos na fase do pré-natal, momento em que deve ser concretizada a vinculação. Além disso, em relação ao Plano de Parto, o mesmo deve ser elaborado e planejado a partir das demandas da gestante, com o auxílio dos profissionais da área da saúde, principalmente o enfermeiro. Ambos são componentes educativos de alto potencial e possuem a capacidade de aprimorar a comunicação entre o profissional e a paciente, subsidiando assim a tomada de decisão sobre o parto e nascimento. Os dados deste estudo evidenciaram uma possível lacuna preocupante: a inexistência da elaboração de Planos de Parto e a vinculação prévia da gestante nos serviços de saúde podem ser consequentes da ausência de orientações dos profissionais de saúde frente a tais práticas. Frente a isso, o profissional enfermeiro tem um papel importante na orientação e estímulo das gestantes nessas ações, a fim de auxiliá-las em uma participação mais ativa e expectativa positiva do parto, tendo em vista que ambos são ferramentas valiosas de educação e comunicação, que podem contribuir para a redução de procedimentos desnecessários e assegurar os direitos a uma assistência integral e humanizada.

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