SALA DE ESPERA: DISPOSITIVO PARA DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE.

Luana Molz Rodrigues, Grasiela Nair da Silva Trindade, Vitoria Maria Azeredo, Dalila de Fátima Santana Ferreira, Marcus Vinicius Castro Witczak

Resumo


O Serviço de Reabilitação Física da UNISC é um projeto de extensão comunitária que atende 62 municípios de três Coordenadorias de Saúde do Rio Grande do Sul e atende pacientes que necessitam de órteses e próteses. Para a confecção destas, realizam-se quinzenalmente atendimentos com a Associação Canoense de Deficientes Físicos (empresa ortopédica responsável), onde faz-se medidas, reajustes e entregas dos dispositivos. Enquanto os beneficiários e seus familiares aguardam o atendimento, organiza-se um espaço para disseminação de informações em saúde e também sobre os direitos das Pessoas Com Deficiência (PCDs), aqui denominada como sala de espera. Neste acontecem trocas entre usuários, estudantes e profissionais, fomentando a Educação em Saúde e favorecendo a sociabilidade, a interação e integração entre os participantes. Estudos teóricos (FIGUEIREDO E GARCIA, 2018; GEPPERT et al., 2017; REIS, MARTINS E LAGUARDIA, 2013) sobre participação do paciente na segurança do cuidado de saúde, indicam que existe uma necessidade latente de buscar novas técnicas, as quais envolvam este sujeito como parceiro na identificação do risco e na resolução dos problemas. Objetiva-se oportunizar o diálogo e a troca de informações pertinentes às questões relativas à amputação, à saúde física e mental, aos direitos sociais e às experiências pessoais dos participantes. Também, fomentar os cuidados a serem tomados no processo de pré e pós protetização. E através disso, possibilitar aos acadêmicos(as) e profissionais a vivência da interdisciplinaridade no processo de formação universitário. Para isso, utilizou-se a perspectiva da pesquisa-ação (THIOLLENT, 1985) que é um tipo de pesquisa social no qual os pesquisadores e os participantes estão envolvidos de modo cooperativo e participativo. Esta atividade fundamenta-se na perspectiva dialógica, focando em um melhor atendimento ao usuário, implicando em processos de cuidado e informacionais ampliados. As demandas são reincidentes nos encontros, visto que o público-alvo é itinerante, porém sempre proporciona-se a discussão sobre questões atuais. Os acadêmicos/as coordenam esta atividade e, para isso, preparam-se com antecedência para a apresentação dos assuntos e condução do processo grupal. Nesta perspectiva, tem-se a intenção de tornar o ambiente o mais participativo possível, garantindo a espontaneidade nas conversas. Assim, os usuários falam sobre as diferentes situações que vivenciam no processo de amputação, trocando experiências, sentimentos, dificuldades de adaptação a sua nova situação de vida. É perceptível para a maioria dos pacientes a importância desse momento, pois muitas vezes chegam preocupados e ansiosos com a situação que se encontram, e neste espaço sanam suas dúvidas e diminuem a ansiedade. A sala de espera oportuniza o desenvolvimento de vínculos fundamentais para o desenvolvimento dos processos de cuidado e aumentando a probabilidade de adaptação aos novos dispositivos.


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