ENDOCROWN EM CERÂMICA PARA DENTE POSTERIOR: ESTUDO DE CASO

Júlia Valkimil Tavaniello, Carmen Lúcia Santanna Piazza

Resumo


Atualmente, com a busca incessante por estética, surgiram novas tecnologias e materiais que preservam os tecidos, promovendo a evolução de restaurações adesivas para dentes posteriores. Endocrown é uma técnica criada para restaurar dentes tratados endodonticamente, onde o espaço da câmara pulpar fica incluído no preparo, excluindo a necessidade de pino intrarradicular. Com base nisto, este estudo tem por objetivo relatar um caso clínico de reabilitação oral através de uma restauração endocrown cerâmica à base de dissilicato de lítio, cimentada com cimento resinoso autoadesivo dual. Esta técnica incluiu a grande novidade da Odontologia atual, o escaneamento intraoral. Paciente A.M. do sexo masculino, com 45 anos, compareceu à clínica de Odontologia da UNISC com o dente 27 tratado endodonticamente e com restauração em resina composta na face oclusal, palatina e proximais desse mesmo elemento. A face mesial da restauração encontrava-se fraturada. Todos os atendimentos ocorreram na clínica de Odontologia da UNISC, sob a supervisão da professora orientadora. A fim de restabelecer função e estética iniciou-se o tratamento. Fez-se o registro fotográfico do caso, bem como radiografias panorâmica, periapical e bitewing do dente 27. Fez-se moldagem com alginato das arcadas superior e inferior e posterior confecção de modelos de estudo. Removeu-se a restauração de resina composta preexistente e confirmou-se necessidade de restabelecimento das distâncias biológicas. Para tanto, realizou-se cirurgia de aumento de coroa clínica do elemento 27, onde foi utilizado sutura e cimento cirúrgico por uma semana. Após remoção da sutura o dente foi restaurado provisoriamente com Bioplic®. Para realizar o preparo foi necessário, primeiramente, reforçar as paredes dentárias com resina composta, preservando assim, a maior parte possível de estrutura dental remanescente. O preparo cuja característica é de ter expulsividade entre 8° e 15° foi feito com as pontas diamantadas 3139 e 4137. Na sequência foi confeccionado um provisório com resina acrílica autopolimerizável, cimentado com cimento de hidróxido de cálcio. Na sessão do escaneamento intraoral removeu-se o provisório, limpou-se com álcool 70 o preparo, realizou-se o escaneamento intraoral e as imagens foram enviadas ao laboratorista para confecção da peça através do sistema CAD-CAM. Para a cimentação da restauração endocrown, fez-se profilaxia do preparo com jato de bicarbonato e microjateamento com óxido de alumínio, lavou-se e secou-se. O uso de cimento resinoso autoadesivo dispensa o condicionamento ácido e aplicação de sistema adesivo sobre a estrutura dentária, o que facilita a técnica e reduz a possibilidade de erros operatórios, quando comparado aos cimentos resinosos convencionais. A peça foi microjateada com óxido de alumínio e preparada com ácido fluorídrico 10% por 20 segundos, lavou-se, secou-se, aplicou-se silano por 2 minutos, secou-se. Aplicou-se o cimento resinoso autoadesivo dual na face interna da peça e levou-se a mesma em posição. Removeu-se os excessos grosseiros, fotopolimerizou-se cada face por 40 segundos, fez-se ajuste oclusal, acabamento e polimento. Reabilitou-se o paciente de maneira a manter o máximo possível de estrutura dentária sadia. Este ficou muito satisfeito com o trabalho. Assim, concluiu-se que a restauração endocrown com cerâmica em dente posterior é uma opção de tratamento segura para restabelecer estética e função quando bem indicada.


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