RODAS DE CONVERSA SOBRE SEXUALIDADE E GÊNERO NO ESPAÇO ESCOLAR

Leticia Luiz de Queiroz, Tania Bernhard

Resumo


A abordagem de temas como sexualidade, identidade de gênero e afetividade são, muitas vezes, segregados do espaço escolar ou abordados superficialmente, anatômica e fisiologicamente pelo conteúdo curricular, sem aprofundamentos sociais, culturais e psicológicos. Outro aspecto a considerar é o fato de que muitas vezes são considerados tabus pela sociedade, família e escola. Ao se abordar tais questões é imperativo valer-se de metodologias participativas, bem como avaliar concepções prévias e preconceitos estabelecidos pelos estudantes, para então desenvolver ações de esclarecimento e aprofundamento sobre tais temas. Com base em leituras, provocações e diálogos a partir de temas transversais ao ensino de Biologia, realizados nas disciplinas de Práticas de Ensino do curso de Ciências Biológicas – Licenciatura, Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, estruturou-se o projeto de intervenção “Roda de conversas sobre gênero e sexualidade”, desenvolvido posteriormente na disciplina de Estágio Supervisionado, na Escola Estadual de Ensino Médio Santa Cruz, em Santa Cruz do Sul – RS. A intervenção buscou proporcionar aos alunos de Ensino Médio a reconstrução de conceitos, em um espaço dialógico, de respeito e valorização de suas percepções e compreensões referentes a gênero, sexo biológico, identidade de gênero, orientação sexual e sexualidade. Inicialmente, foram explicados aos adolescentes os objetivos almejados com a realização da atividade e aplicado um questionário para verificação do grau de conhecimento, perspectivas sobre os assuntos propostos para a atividade e elencar sugestões para as rodas de conversas. A partir desse levantamento, reestruturou-se os temas para abordagem nas rodas de conversa. Os temas eleitos foram: todos os conteúdos relacionados ao tema 27,06%, diversidade 15,14% , tipos que existem de preconceitos 2,75%, conhecimento 3,2%, aceitação 0,46%, gênero e sexualidade 0,46%, não sabiam ou não responderam 50,4%. Por fim, ao final das atividades, verificou-se as mudanças conceituais, sociais e culturais dos alunos sobre questões de gênero e sexualidade. A desconstrução de preconceitos em relação a pessoas muitas vezes rotuladas ou que se acham “diferentes” das ditas “normais” pela sociedade evidencia-se ao final das ações desenvolvidas nas rodas de conversa. Além disso, a estratégia utilizada favoreceu um processo educativo participativo, permitindo que todos os alunos expressassem suas ideias, opiniões e dúvidas. Por consequência, tem-se a reconstrução de conceitos, evidenciando-se a quebra de mitos e tabus até então existentes no meio estudantil. Por outro lado, percebe-se a necessidade de implementação no cotidiano da escola, de estratégias educativas que utilizem metodologias participativas, tais como “rodas de conversa”, adotada para desenvolvimento do projeto de intervenção.

Apontamentos

  • Não há apontamentos.