Contemporaneamente, a humanidade encontra-se em um processo de transição demográfica, uma vez que se observa a redução das populações jovens e aumento das envelhecidas. No Brasil, tal situação encontra-se acompanhada por um significativo acréscimo dos anos e esperança de vida. Nesse contexto, o envelhecimento populacional constitui um desafio para a saúde coletiva, visto que, ocorre a redução de processos agudos e a incidência de doenças crônicas, como a Diabetes Mellitus, nessa população. Partindo desse pressuposto, algumas Instituições de Ensino Superior, especialmente aquelas de caráter comunitário, buscam ofertar aos idosos, experiências de educação em saúde, visando um melhor enfrentamento da velhice, bem como, das enfermidades que podem estar associadas. Na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), acadêmicos do Curso de Enfermagem desenvolvem atividades e intervenções educativas a esse público, proporcionado aperfeiçoamento discente e assistência em saúde comprometida com a saúde dos idosos. A partir dessa ótica, o objetivo da pesquisa visa apresentar os registros de acadêmicos, diante das intervenções educativas em saúde destinadas aos idosos com Diabetes Mellitus. Trata-se de um estudo qualitativo, desenvolvido a partir da análise das intervenções de educação em saúde contidas em 13 prontuários de idosos, portadores de Diabetes Mellitus, os quais receberam visitas domiciliares semanais, por acadêmicos do curso de Enfermagem da UNISC, estes sediados junto à Clínica Escola da UNISC. Foram evidenciados registros que estimulavam o autocuidado da pessoa idosa com Diabetes Mellitus, proporcionando melhoria nas atividades de vida diária e maior autonomia enquanto cidadão, preservando a dignidade do idoso. Outro aspecto incidiu no equilíbrio da ingesta alimentar diante do estímulo para uma consciência da importância de uma alimentação saudável, diante da morbidade instalada, diminuindo assim, os efeitos deletérios relacionados à patologia. O olhar autoavaliativo dos acadêmicos esteve voltado também às neuropatias periféricas dos idosos com diabetes, pois os danos à integridade da barreira dérmica, facilitam as infecções e os fatores debilitantes acrescidos e oportunistas nesta condição humana. Ainda, emergiu a importância do monitoramento adequado dos níveis de glicemia capilar, a fim de dosar corretamente os medicamentos responsáveis pelo equilíbrio e homeostase corporal relacionados à patologia em questão. Compreende-se que as ações educativas promovidas pelos acadêmicos do Curso de Enfermagem, voltadas à população idosa com Diabete Mellitus, desempenham um papel significativo na qualidade de vida desses, uma vez que estimulam o autocuidado e a melhoria do contexto de vida do idoso.