COMPARAÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL, FREQUÊNCIA ARTERIAL E DUPLO-PRODUTO EM EXERCÍCIOS DE MEMBROS INFERIORES X SUPERIORES

Andréia Haag, Ana Cristina Kessler, Miriam Beatris Reckziegel

Resumo


O corpo humano mantém-se constantemente sendo suprido por energia química para desenvolvimento de suas atividades diárias. Durante a transição de repouso à atividade física, em que há aumento da demanda de energia, mecanismos fisiológicos adaptativos são ativados a fim de elevar os substratos energéticos. Assim, no decorrer da realização de exercícios físicos ocorre um aumento do fluxo sanguíneo para a musculatura ativa, devido à necessidade de aumentar a oferta de oxigênio e nutrientes, o que altera as respostas cardiovasculares. Objetiva-se comparar as respostas de pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC) e duplo-produto (DP) na realização de exercícios aeróbicos de membros inferiores e superiores. O estudo constitui-se de um estudo de caso, realizado na disciplina de Fisiologia do Exercício, em que foi avaliado um sujeito do sexo masculino de 20 anos, fisicamente inativo, sem história de patologia pregressa. Para a coleta das respostas cardiovasculares ao exercício foram aferidas a PA e a FC, utilizando esfigmomanômetro, estetoscópio e oxímetro, em dois testes de esforço, realizados em cicloergômetro de membros superiores e inferiores. Foram avaliadas as variáveis cardiovasculares em repouso de 5 minutos, assim como no final de cada teste de esforço e após 3 minutos de recuperação. Os testes de esforço constaram de 8 minutos de exercício físico realizados em ciclo ergômetro a uma velocidade de 25 Km/h, com destaque para a manutenção de um ritmo nos movimentos do pedal. O DP foi calculado pela multiplicação da PA Sistólica pela FC em cada momento de coleta. Os resultados foram analisados de forma comparativa entre os dois tipos de exercícios físicos, com membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII). Ao comparar os resultados de PA observa-se que em ambos os ergômetros houve um incremento na PA Sistólica, entretanto, com valores mais substanciais no teste com MMSS. Essa alteração deve-se ao fato de que no ciclo ergômetro de MMSS a resistência periférica é mais elevada do que na realização da bicicleta horizontal. Essa resposta pode ser explicada pela maior secreção relativa de catecolaminas e a contração isométrica necessária para estabilização do tronco, elevando desta forma a resistência periférica e a pressão arterial e, em consequência, o DP. Já a FC não apresentou alteração na mesma proporção, o que pode estar relacionado a curta duração e a moderada intensidade da atividade executada bem como à temperatura ambiente. Os resultados indicam que a PA tende a se elevar mais em atividades aeróbicas de MMSS, pois estes exercícios apresentaram maiores valores de pressão sistólica e diastólica, quando comparada a exercícios de MMII, o que pode ser devido a menor massa muscular e árvore vascular dos membros superiores que oferecem maior resistência ao fluxo sanguíneo. Sugere-se avaliar um maior número de sujeitos para ampliar o espectro de resultados, analisando as diferenças inter e intraindividuais a fim de subsidiar a prescrição e acompanhamento da prática de exercícios físicos.

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