UM OLHAR SOBRE O CONFLITO A PARTIR DE UMA VISÃO PSICOLÓGICA

Leticia Rauber, Roselaine Berenice Ferreira da Silva

Resumo


O conflito é um tema amplo e complexo, englobando diversos aspectos e áreas do saber. Como ideia central, é identificado como um choque, uma disputa, sendo considerados inerentes ao ser humano, estando presente em nossas vidas desde o nascimento, sejam eles psíquicos, interpessoais, sejam referentes ao desenvolvimento. As compreensões da Psicologia e do Direito sobre este apresentam aproximações e distanciamentos, sendo que tais discussões foram base para a produção de capítulo que versa sobre os olhares da psicologia e do direito sobre o conflito, sua origem e as formas de manejo dos mesmos. Tal capítulo constará em um livro, produzido por membros do grupo de pesquisa “Políticas Públicas no Tratamento de Conflitos”, de ambas as áreas mencionadas. Foi utilizado o método dedutivo com procedimento em pesquisa bibliográfica, tendo como apoio a consulta em livros e artigos. Os principais achados demonstram que a psicologia, mais especificamente de orientação psicanalítica, compreende este fenômeno a partir de um entendimento da personalidade. É a partir da relação vincular que ocorre a estruturação psíquica e a elaboração da ansiedade de separação, de maneira que o sujeito pode constituir sua subjetividade. Conflitos nas fases iniciais da vida, bem como as representações das figuras de apego, passam a ser modelos, referências, para futuras relações pautadas em amor e ódio; assim, terá reflexos na individualização e nos comportamentos adultos. Salienta-se a existência de leis simbólicas e leis criadas pelos homens para regular as relações entre si. Para o Direito, por outro lado, são considerados frutos das divergências, envolvendo fatores pessoais, sociais e psicológicos, ocorrendo por aspectos relacionais e da convivência social; apresenta uma maior consideração dos aspectos externos que podem ser trabalhados no meio judicial. Frente a forma tradicional de lidar com os conflitos, há uma crescente preocupação em novos métodos para tratá-los, em que há maior responsabilização das partes e participação na construção da melhor solução para seus problemas. Apesar das diferenças encontradas na compreensão do conflito, em questões internas e externas, suas origens e métodos de tratamento diversos, nota-se uma confluência entre a psicologia e as chamadas formas alternativas de tratamento, no qual é visto como um fenômeno que somente adquire caráter positivo ou negativo frente a administração que lhe foi dada. Em questões psíquicas, pode-se dizer que a partir do conflito, pode ocorrer crescimento e diminuição das repetições, ou dificuldades crescentes, podendo desembocar no terreno das psicopatologias e que, ainda, podem levar a um longo caminho na busca por conclusão, seja em psicoterapia, seja no judiciário.      

Palavras-chave: Conflito, Psicologia, Direito.


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