ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PRÉ-ECLÂMPSIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Fabiana da Silva Gehrcke, Mari Angela Gaedke, Maitê da Silva Lima

Resumo


A gestação caracteriza-se por intensas transformações e tem o intuito de preparar o organismo da mulher à sua nova condição. Porém, podem surgir algumas complicações como, por exemplo, a pré-eclâmpsia, caracterizada pela elevação da pressão arterial materna e diminuição do fluxo sanguíneo placentário. Este estudo teve o objetivo de revisar a literatura a respeito da pré-eclâmpsia e estabelecer os principais diagnósticos de enfermagem com base na taxonomia II da NANDA-I e as intervenções de enfermagem, conforme taxonomia do NIC, enfatizando a importância do protagonismo da enfermagem para uma assistência individualizada. Trata-se de um relato de experiência vivenciado em um hospital de ensino no Rio Grande do Sul, a partir da assistência prestada a uma parturiente durante prática curricular do Curso de Enfermagem. A paciente tinha 32 anos, tabagista, G1P0, IG 37s+1d, internada no Centro Obstétrico com diagnóstico de pré-eclâmpsia, estava aguardando para realização de parto cesáreo. Demonstrou dúvidas a respeito do procedimento, insegurança e medo do desconhecido. A pré-eclâmpsia é uma síndrome multissistêmica, conhecida pelo aumento da pressão arterial e elevação dos níveis de proteína na urina devido a alteração de substâncias responsáveis pela vasoconstrição e vasodilatação. Essas alterações, afetam órgãos vitais como os rins, ocasionando insuficiência nas taxas de filtração, consequentemente, proteinúria e oligúria. Sua etiologia não é definida, mas alguns fatores favorecem seu desenvolvimento como os extremos da idade fértil, primigestas, multíparas e hipertensas crônica. A manifestação clínica, geralmente surge por volta da 20ª semana de gestação e caracteriza-se por cefaleia, escotomas, dor epigástrica, proteinúria e pressão arterial elevada. Entretanto, a paciente deste estudo apresentou sintomas apenas na 36ª semana, sendo internada para tratamento no centro obstétrico e em seguida submetida a cesariana, não tendo sido orientada a respeito durante pré-natal. Frente a isso, identificou-se como diagnóstico de enfermagem prioritário: conhecimento deficiente relacionado à informação insuficiente caracterizado por não saber o motivo da mudança do tipo de parto e também por não ter recebido informações dos riscos e complicações decorrentes da pré-eclâmpsia. Com base no diagnóstico, elencou-se intervenções de enfermagem relacionadas a realização da cesariana como orientar quanto as razões para a cirurgia, neste caso, a pré-eclâmpsia, discutir os sentimentos, dúvidas e preocupações que a paciente e família tenha sobre a cirurgia, dar informações sobre os eventos que ocorrem e as sensações que a paciente pode ter durante o procedimento. A enfermagem deve estar preparada para receber e orientar essas gestantes, agindo de forma acolhedora, visando ações humanizadas e individualizadas que contribuam na manutenção de saúde do binômio mãe-filho, estabelecendo assistência de qualidade com o seu melhor instrumento de trabalho, o cuidado.

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