O curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul dispõe em seu currículo o compromisso com a pluralidade de diferentes abordagens psicológicas e dos diferentes campos de saber, enfatizando a interação entre os mesmos e o compromisso ético e político.  Possui elo com as questões pertinentes à pesquisa em  psicologia na atualidade e busca a ampliação do conceito de clínica e de saúde, contribuindo  na perspectiva de uma formação para que o estudante seja um agente transformador da realidade social. O curso ainda dispõe de duas ênfases, a saber: Processos Clínicos e Psicologia e Políticas Públicas. No entanto, é importante destacar que as ênfases são apenas possibilidades que o estudante encontra durante a sua formação, de concentrar parte de seus estudos em algumas atividades teóricas e práticas.  No que se refere às práticas, é possível elencar os dois estágios curriculares obrigatórios, ao longo dos mesmos, é necessário que sejam desempenhadas as seguintes atividades: psicoterapia, ações em saúde e análise institucional e/ou comunitária/organizacional.  Nesse sentido, o presente trabalho tem como proposta a apresentação de uma análise institucional realizada ao longo do estágio de Psicologia em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) no município de Santa Cruz do Sul. A ênfase adotada que dá sustentação para a referida análise foi Psicologia e Políticas Públicas. O CRAS é uma unidade pública descentralizada da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e é responsável pela organização e oferta de serviços da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Atende famílias em situação de vulnerabilidade e risco social nos territórios e é referência para todos os serviços socioassistenciais. Para melhor compreensão, cabe destacar que compete à Assistência Social a oferta de uma rede continuada de serviços, programas, projetos e benefícios de Assistência Social mediante a articulação entre todas as redes de unidades de provisão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a qual denominou-se de rede socioassistencial. A mesma tem como foco o enfrentamento da desigualdade social e das necessidades básicas da população, devendo estas serem tratadas por um conjunto de ações de iniciativa pública e da sociedade, a fim de obter a garantia da proteção social integral. Com base nisto, o presente trabalho tem como objetivo mapear a rede socioassistencial de um CRAS, partindo do entendimento, conforme a Constituição Brasileira de 1988, que a implementação e condução de políticas sociais e a realização de atendimentos das demandas sociais da população competem aos governos municipais, sendo os governos federais e estaduais corresponsáveis pelo financiamento dessas políticas. O mapeamento da rede toma como foco toda e qualquer unidade governamental e/ou não governamental que atende à área de abrangência do CRAS. Para a realização da análise, serão realizadas entrevistas com o maior número de coordenadores e/ou técnicos dos serviços que fazem parte dessa rede para obtenção de dados, como, por exemplo, o papel de cada serviço em relação ao previsto na política e também como se dão as relações e a comunicação entre os serviços. Com base nestes descritos, a referida análise perpassa por essa rede para refletir sobre a configuração atual, bem como sobre o desenvolvimento de estratégias com a população mais vulnerável, garantindo  a integralidade da proteção social.